Lava Jato chega ao setor elétrico e prende presidente licenciado da Eletronuclear

Oton Luiz Pinheiro da silva, presidente licenciado da Eletronuclear
Oton Luiz Pinheiro da silva, presidente licenciado da Eletronuclear
Oton Luiz Pinheiro da silva, presidente licenciado da Eletronuclear

Curitiba – – A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira em nova etapa da Lava Jato o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, em ofensiva que marca a chegada formal da operação ao setor elétrico e expande ainda mais as investigações para além do esquema bilionário de corrupção na Petrobras.

A investigação da fase batizada como “Radioatividade” se concentra em contratos firmados por empresas já citadas na Lava Jato com a Eletronuclear, subsidiária da estatal federal Eletrobras, inclusive em licitação para as obras da usina nuclear de Angra 3.

O presidente licenciado da Eletronuclear é acusado de receber propina de 4,5 milhões de reais. Ele está afastado do cargo desde abril, quando surgiram denúncias de pagamento de propina a dirigentes da companhia. Flavio Barra, executivo responsável pela área de energia na Andrade Gutierrez, também foi preso nesta manhã.

Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, da força-tarefa da Lava Jato, o Ministério Público Federal acredita haver indícios de que as empresas Andrade Gutierrez e a Engevix passaram valores de vantagens indevidas por meio de intermediárias para empresas de propriedade do presidente da Eletronuclear.

A Eletrobras se recusou a comentar a operação, enquanto a Andrade Gutierrez disse em nota que sempre cooperou com as investigações.

A nova ofensiva marca a entrada da operação Lava Jato em contratos do setor elétrico, após investigadores terem afirmado que existiam indícios de irregularidades em contratos de outras estatais além da Petrobras.

Em abril deste ano, o MPF também já havia anunciado que a Caixa Econômica Federal e até mesmo o Ministério da Saúde eram alvo de investigação em relação a contratos de publicidade, mas ainda não estava claro o quão mais distantes iriam as apurações.

Sem revelar detalhes, investigadores agora deram uma dimensão maior de até onde a força-tarefa poderia ir. “A gente mostra que a corrupção não está restrita à Petrobras”, disse o procurador Ribeiro Costa em entrevista coletiva em Curitiba, onde estão concentrados os trabalhos no âmbito da Lava Jato. “Há indicativos de que a corrupção se espalhou para muitos órgãos da administração e de entidades da administração pública.”

Amazonianarede-Reuters

 

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