Lava Jato analisa mensagens para saber se o ministro Jaques Wagner ajudou empreiteira

Ministro Jaques Wagner, na mira da lava jato

 

Ministro Jaques Wagner, na mira da lava jato
Ministro Jaques Wagner, na mira da lava jato

Investigadores da Operação Lava Jato analisam troca de mensagens do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, com um dos condenados da operação, o empreiteiro Léo Pinheiro.Nessas mensagens, haveria negociação de apoio financeiro ao candidato do PT à Prefeitura de Salvador em 2012 e um pedido de ajuda ao ministro para liberar dinheiro do governo federal para a OAS, uma das construtoras investigadas na Lava Jato. Na ocasião, Wagner era governador da Bahia.

Os investigadores estão analisando as mensagens. Até agora, não há uma conclusão definitiva sobre as conversas nem um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Jaques Wagner.

Em nota o ministro disse que está “absolutamente tranquilo” e que a atividade política dele é “exclusivamente baseada na defesa dos interesses do estado da Bahia e do Brasil”. Ele afirmou que está à disposição do Ministério Público e demais órgãos para esclarecimentos e repudiou o que considera “prática de vazamento de informações preliminares e inconsistentes” (leia nota do ministro ao final desta reportagem).

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que a Polícia Federal abra inquérito para apurar a divulgação das mensagens de Léo Pinheiro, protegidas por sigilo legal (leia nota do Ministério da Justiça ao final desta reportagem).

A assessoria do PPS informou que o líder do partido na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), protocolou nesta quinta na Procuradoria Geral da República uma representação na qual solicita abertura de inquérito para investigação do ministro Wagner e do empreiteiro Léo Pinheiro.

Mensagens As mensagens, reveladas pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, foram encontradas nos telefones de José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, já condenado na Lava Jato.

Segundo a reportagem, Léo Pinheiro trocava mensagens com Jaques Wagner quando ele era governador da Bahia.

Nessas mensagens, haveria negociação de apoio financeiro ao candidato do PT à prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pellegrino, que não se elegeu, e pedido de ajuda a Jaques Wagner para liberar dinheiro do governo federal para a OAS.

O jornal cita uma mensagem trocada entre Leo Pinheiro e um celular identificado como sendo de Jaques Wagner, em 10 de outubro de 2012, sobre apoio ao candidato petista no segundo turno da eleição para prefeito de Salvador.

No dia seguinte, o candidato derrotado do PMDB à prefeitura, Mário Kertesz, marcou uma entrevista para anunciar a sua saida do partido e o apoio ao petista.

No mesmo dia, Léo Pinheiro teria mandado a seguinte mensagem para Wagner: “Assunto mk, preciso lhe falar. Abs”. Kertesz disse que as mensagens são cifradas e não eram destinadas a ele. A assessoria de Pelegrino informou que ele não iria comentar.

Leo Pinheiro já tinha usado a mesma sigla em uma mensagem anterior. “O endereço que filho me forneceu foi M.K. Street 3.600”.

A suspeita dos investigadores, segundo o jornal, é que o número seja o de um valor pago e que a sigla MK se refere ao destinatário do dinheiro.

Em outra mensagem, de 21 de outubro de 2014, Léo Pinheiro pede a Jaques Wagner ajuda para falar com o então ministro dos Transportes. Paulo Sérgio Passos, e liberar mais de R$ 41 milhões referente a um convênio assinado em 2013. Nesse dia, Léo Pinheiro teria escrito: “Governador, se for possível, peço seu apoio. Abs”.

Jaques Wagner teria respondido: “Ok, vou faze-lo abs domingo vamos ganhar com certeza”, se referindo também ao segundo turno da eleição presidencial de 2014. Diante da resposta de Wagner, Léo Pinheiro avisa a um de seus executivos: “Já falei com jw. Vai ligar para o ps. Bjs”.

A TV Globo não conseguiu contato com Léo Pinheiro.

Notas Leia abaixo a íntegra das notas divulgadas nesta quinta-feira pelo ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e pelo Ministério da Justiça.

NOTA:

Em relação à matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, nesta quinta-feira (07), afirmo estar absolutamente tranquilo quanto a minha atividade política institucional, exclusivamente baseada na defesa dos interesses do Estado da Bahia e do Brasil.

Estou à disposição do Ministério Público e demais órgãos competentes para quaisquer esclarecimentos. Em tempo, manifesto meu repúdio à reiterada prática de vazamentos de informações preliminares e inconsistentes, que não contribuem para andamento das apurações e do devido processo legal.

Brasília, 07 de janeiro de 2016.

Jaques Wagner Ministro Chefe da casa Civil da Presidência da República

Nota à Imprensa O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo determinou hoje à Polícia Federal a abertura imediata de inquérito policial para investigar divulgação de mensagens do empresário Leo Pinheiro que, em princípio, estão protegidas por sigilo legal. O ofício encaminhado à direção da Polícia Federal refere-se a mensagens de texto enviadas pelo empresário no período de agosto de 2012 a outubro de 2014 que foram publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo no dia de hoje.

Amazonianarede-Sistema Globo

 

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