Jornalismo amazonense de luto com a morte de Guilherme Aluízio

Jornalismo amazonense de luto com a morte de Guilherme Aluízio

Manaus, AM – Jornalista,  empresário e um comunicador por excelência, morreu hoje em São Paulo o jornalista Guilherme Aluízio, aos 82 anos. Ele lutava contra um câncer no pâncreas.

O jornalista e empresário deixa sua marca registrada no Amazonas, não apenas como sócio do Jornal do Commercio, mas pelas marcantes passagens na Rádio Baré, FM e Ondas Tropicais e pelo desempenho significativo que teve ao utilizar a imprensa como alicerce na democracia e em defesa da Zonas Franca.

m 2017, Aluízio recebeu homenagem da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) pela grande contribuição na divulgação das atividades da indústria no Estado. Um grande incentivador da economia da região. O jornalismo amazonense e brasileiro está de luto.

JC e Radio  Baré

Além do Jornal do Commercio, desde 1984, o jornalista Guilherme Aluízio passou a assumir, também, a Rádio Baré, FM e Ondas Tropicais, sob o lema do poeta Virgílio, Omnia Vincit Labor: o Trabalho Tudo Vence. E foi com esse espírito que ele mudou a cara do então octogenário Jornal do Comércio. Transferiu o complexo empresarial da Eduardo Ribeiro para se estabelecer na Avenida Tefé, bairro do Japim.

E sem esquecer as origens do jornalismo decide trilhar o caminho da economia no banzeiro da Zona Franca e do Polo Industrial de Manaus. Com obstinação e mobilização de parcerias, conquistou a confiança no papel da imprensa junto às lideranças políticas, empresariais, sociais e entidades de classe estabelecendo parcerias duradouras. Assim, estava estabelecido e ocupado definitivamente, um novo nicho de mercado.

O entendimento de Guilherme Aluizio é o de que a sociedade é um organismo em movimento contínuo, resultado da interação de pessoas entre nos diversos níveis da pirâmide social… e que a imprensa desempenha um papel da mais alta relevância nesse processo. Verdade e compromisso acima de tudo fazem parte da fórmula que mantém longevo um jornal que foi concebido e nasceu com a missão de testemunhar e registrar nossa história.

Origens históricas

Mais tradicional jornal da cidade de Manaus, o Jornal do Commercio abrigou entre seus colaboradores o filho de Vicente Reis, Arthur Cezar Ferreira Reis, que viria a ser um dos mais renomados intelectuais do Estado do Amazonas; extrapolando nossas fronteiras ao tornar-se cientista reconhecido em todo o Brasil e autoridade incontestável em Amazônia.

Ele foi o primeiro superintendente da SPVEA, embrião da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), a convite do então presidente da República, Getúlio Vargas. Também foi o primeiro governador do período militar inaugurado em 1964.

Alfabetização e politização

É fato conhecido e contado pelo autor de Os Bucheiros, o escritor Áureo Nonato, ter tido as páginas do Jornal do Commercio como cartilha para alfabetização. Ele, assim como muitos outros naqueles tempos de dificuldade e estagnação econômica, tiveram a oportunidade de conhecer o Jornal do Commercio num período de grande florescência e realização.

Entre figuras destacadas que aqui prestaram valiosos serviços, ajudando a manter acesa por período que já ultrapassa um século a chama desta instituição, podemos citar o escritor e compositor Aníbal Beça; o atual secretário estadual de Cultura Robério dos Santos Pereira Braga; o ex-diretor de redação de ‘A Crítica’, Frânio Lima; o historiador e escritor Mário Ypiranga Monteiro; o renomado professor João Crisóstomo de Oliveira além de Epaminondas Barahuna e José Cidade de Oliveira. Este são alguns dos muitos colaboradores que ajudaram a construir e por muito tempo fizeram o Jornal do Commercio.

Tendências do jornalismo

O Jornal do Commercio é um registro vivo das mudanças ocorridas na maneira de se fazer jornal, tanto nas novas tendências e escolas do jornalismo quanto nas tecnologias utilizadas por seus colaboradores para fazê-lo chegar às mãos dos leitores.

Surgiu no tempo dos tipos móveis, da composição manual, letra a letra, passando pelas máquinas linotipo, das composições em galeras, quando esta palavra significava uma espécie de forma onde eram depositadas as barras de chumbo que compunham uma linha de texto e seu conjunto formava a coluna de texto.

Hoje, uma ‘galera’ é algo bem mais violento que o empastelamento de uma página. Do tempo do telégrafo, mas atualizado com estas novas tecnologias, o Jornal do Commercio está plugado na internet e nas facilidades das comunicações via satélite, que é produto da corrida empreendida entre os dois regimes políticos que se antagonizavam pela hegemonia na conquista do espaço e na influência e dominação geopolítica de nosso planeta.

Modelo de gestão

Mantendo sua postura pioneira, o Jornal do Commercio, em 1999 adota novo modelo de gestão ao optar pela administração em sistema de cooperativa, fase que durou até janeiro de 2000, quando volta a ser à forma tradicional de administração pelos seus atuais sócios-proprietários.

A partir daí o JC adota postura mais dinâmica certificar-se pela norma 9001-2000, conquista pioneira para empresas jornalísticas brasileiras na época na qual ocorreu, no início da 1ª década do século 21.

Defesa da Amazônia

Ao segmentar-se, buscando atender os interesses específicos, deu a seus leitores a oportunidade de conseguir ler, na Amazônia, um veículo impresso voltado basicamente para atividade econômica, voltado para a defesa dos interesses de crescimento e desenvolvimento econômico do Estado do Amazonas.

Em 2007, ao optar por descentralizar sua administração, o JC confia a seus colaboradores a oportunidade de opinar sobre os destinos da instituição de maneira mais formal ao criar colegiado, em nível de diretoria, com esta atribuição específica.

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