Indígenas do Peru são assassinados na fronteira com o Acre

09-09jormalEnquanto se deslocavam ao Acre para participar de reunião com lideranças ashaninkas brasileiras, membros da Comunidade Nativa Alto Tamaya – Saweto, na fronteira do Peru com o Brasil, foram assassinados, supostamente, por traficantes e madeireiros da região.

Edwin Chota Valera, Leoncio Quinticima Melendez, Jorge Rios Perez e Francisco Pinedo, também ashaninkas, discutiriam com os brasileiros estratégias de continuidade de ações de vigilância e fiscalização da fronteira, com o objetivo de impedir a ação de madeireiras, que exploram ilegalmente a região, e de narcotraficantes.

A mobilização de esforços conjuntos das lideranças ashaninka dos dois países para impedir as ações de madeireiros ilegais e narcotraficantes nas áreas indígenas tem aumentado a insegurança das comunidades, que sofrem ameaças daqueles grupos.

Em nota, a ONG Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-AC) e a Associação Ashaninka do Rio Amônia (Apiwtxa) se solidarizaram com as comunidades afetadas e cobram ações para a solução do caso.

“Esperamos que o Estado peruano apure imediatamente este caso, com rigor, e não deixe se instalar a impunidade, como observado em casos anteriores, de crimes contra os direitos indígenas”, diz a publicação.

“Reafirmamos também a necessidade, diversas vezes já expressa, de que os governos do Acre e federal respondam as demandas de fiscalização da fronteira, com ações mais contínuas, apoiando as comunidades indígenas que nela habitam e que continuam como atores solitários da defesa do território brasileiro”, acrescenta.

A divulgação do assassinato das lideranças ashaninkas peruanas ocorreu cinco dias após o crime ter sido cometido. Esses indígenas atuavam com outras comunidades e sociedade civil de Ucayali, no Peru, e Acre, sempre lutando pela defesa da floresta e de seu povo.

São essas mesmas práticas que têm forçado a migração de índios isolados do Peru ao Acre. Recentemente, a Fundação Nacional do Índio (Funai) fez contato, no Acre, com um grupo isolado, que relatou perseguição e morte por parte de não índios do Peru.

Por: Luan Cesar – Página20. net

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