Mato Grosso – A implosão de galerias, túneis e buracos abertos durante a extração ilegal de ouro na Serra da Borda, em Pontes e Lacerda, cidade a 483 km de Cuiabá, está prevista para ocorrer nesta sexta-feira (13). A área foi explorada por garimpeiros pelo período de pouco mais de dois meses e desocupada na última terça-feira (10) por forças policiais através de determinação judicial.
Segundo a Polícia Federal, uma empresa especializada foi contratada para implodir os túneis e demais áreas abertas pelos garimpeiros durante o período em que a Serra da Borda foi explorada.
Além de destruir as galerias, a PF diz que é necessário a implosão para evitar que as pessoas voltem a invadir a área ou até mesmo para diminuir riscos de desmoronamento na região.
Segundo o delegado da PF, Jesse James de Freitas, o acesso ao local da implosão será restrito para apenas as pessoas envolvidas na operação. A segurança será reforçada, inclusive, o fluxo de veículos nas estradas próximas será controlado. A expectativa é que até o início da tarde a operação seja finalizada.
Dias antes da implosão, uma equipe composta por servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) fez perícias ambientais na área explorada pelos garimpeiros.
Conforme a PF, os policiais (federal, militar, civil e rodoviária) que integram a operação de desocupação devem fazer um revezamento para fiscalizar e patrulhar o local até que a área seja monitorada por policiais da Força Nacional, evitando novas invasões.
Garimpo O garimpo na Serra da Borda começou a ser explorado há pouco mais de dois meses e, nesse período, chegou a ter pico de cinco mil pessoas na área, entre garimpeiros profissionais e ocasionais, tentando retirar o ouro.
O caso foi levado ao conhecimento da Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) e, no dia 16 de outubro, o juiz Francisco Antônio de Moura Júnior, substituto da subseção da Justiça Federal em Cáceres, a 220 km da capital), decretou o fechamento do garimpo, com a retirada de todos os trabalhadores do local e apreensão de todo o minério extraído ilegalmente.
Os garimpeiros pedem para que a extração seja legalizada e, atualmente, têm recolhido assinaturas para criar uma espécie de associação.
Além disso, um grupo de aproximadamente 200 garimpeiros bloqueou a BR-174 contra a desocupação da Serra da Borda.
A exploração do garimpo também gerou investigações pela Polícia Federal, que descobriu uma organização criminosa, composta por policiais civis e militares, que extorquiam garimpeiros e controlavam o comércio no garimpo ilegal.
Amazonianarede-Agencia Globo