Hospital Francisca Mendes oferecerá tratamento inédito para pacientes com hipertensão arterial resistente

Amazonianarede – Agecom

Manaus – Segundo dados da Sociedade Brasileira de Aritmias Cardíacas (Sobrac), entre 10% e 15% das pessoas que sofrem de hipertensão não conseguem controlar a doença, mesmo fazendo uso de vários medicamentos. Para o atendimento desses casos, o Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM), do Governo do Amazonas, está implantando um Ambulatório de Hipertensão Severa. De acordo com o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, o novo serviço irá oferecer um método de tratamento inédito na rede pública de saúde da Região Norte. Conhecido como ablação de artéria renal, o procedimento é um das mais novas alternativas no tratamento da Hipertensão Arterial Resistente.

Nesta quinta-feira, 21 de fevereiro, a equipe do HUFM, coordenada pelo médico cardiologista com subespecialização em Eletrofisiologia, Jaime Arnez Maldonado, realizou os três primeiros procedimentos de ablação renal. Os pacientes submetidos ao tratamento foram selecionados entre aqueles que já são acompanhados pelo Ambulatório de Aritmia Cardíaca da unidade.

Maldonado salienta que a ablação renal para o tratamento da hipertensão resistente é um procedimento já bastante utilizado em países da Europa e no Canadá. De acordo com ele, entre 75% a 80% dos pacientes submetidos ao tratamento apresentam melhora significativa nos níveis de pressão arterial. “Após passar pelo procedimento, o paciente consegue reduzir significativamente o número de medicamentos utiliza dos e, o mais importante, passa a manter os níveis da pressão arterial sob controle. A hipertensão não controlada causa uma série de danos ao organismo, alguns deles com risco de morte”, explica o cardiologista.

A técnica de ablação (ou denervação) renal é, basicamente, a mesma utilizada no cateterismo cardíaco. Com a utilização de um cateter endovascular, o especialista realiza uma espécie de cauterização, dentro da artéria renal do paciente, alcançando os nervos renais simpáticos (aferentes e eferentes), que ficam ao redor da parede da artéria. Esses nervos têm influência na hipertensão arterial sistêmica. Jaime Maldonado diz que a intervenção é considerada minimamente invasiva, tem curta duração e baixíssimo risco de complicações.

O diretor-presidente do HUFM, cirurgião Pedro Elias de Souza, destaca que a ablação da artéria renal é indicada apenas para os casos em que a terapia medicamentosa – com uso de ao menos três drogas anti-hipertensivas – não surte efeito ou não é tolerada pelo organismo do paciente que sofre de hipertensão primária. “No grupo de pacientes que passará pelo procedimento nesta quinta-feira, por exemplo, há casos de uso de até sete medicamentos diários, sem que ocorra a resposta esperada, de redução nos níveis da pressão arterial para padrões considerados normais”, disse Pedro Elias.

Nos casos de hipertensão secundária ou associada à insuficiência renal ou obesidade maligna (IMC >40), o procedimento de ablação da artéria renal não é indicado. Gestantes hipertensas também não devem ser submetidas ao procedimento.

Pedro Elias explica que o encaminhamento de pacientes para o Ambulatório de Hipertensão Severa do HUFM deverá ser feito pelas unidades de saúde da rede pública.

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