Governo reuniu para avaliar repercussão das manifestações

Dilma chama a coordenação política do Governo no Planalto, para avaliar danos políticos deixaodos pela manifestação de ontem

 

Dilma chama a coordenação política do Governo no Planalto, para avaliar danos políticos deixaodos pela manifestação de ontem
Dilma chama a coordenação política do Governo no Planalto, para avaliar danos políticos deixaodos pela manifestação de ontem

Brasilia – O governo fez uma reunião de avaliação sobre as manifestações deste domingo (13). O Palácio do Planalto divulgou uma pequena nota, em que destacou que as manifestações foram pacíficas e próprias da democracia. Mas a avaliação interna foi de surpresa com a quantidade de gente nas ruas, mais do que governistas calcularam. E a preocupação é que os protestos foram na maioria contra Lula, Dilma e o partido do governo, o PT.

É certo que o governo se surpreendeu com o tamanho das manifestações, principalmente em São Paulo. A presidente Dilma acompanhou tudo pela TV e chamou alguns ministros para avaliar o impacto das manifestações, que pode sim acelerar o processo que pede a saída dela da presidência.

Homenageado nos protestos contra governo, o juiz que comanda a Operação Lava Jato, Sérgio Moro, declarou em nota que, no dia 13, o povo brasileiro foi às ruas para protestar contra a corrupção que se entranhou em parte das instituições e do mercado.

Na nota, Moro diz ainda que ficou tocado pelo apoio às investigações da Lava Jato. E que, apesar das referências ao nome dele, a bondade do povo brasileiro levou ao êxito o que chamou de ‘um trabalho institucional robusto que envolve a polícia federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do poder judiciário’.

Moro ressaltou que ‘é importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e se comprometam com o combate à corrupção, reforçando as instituições e cortando, sem exceção, na própria carne’, o que, segundo o juiz, ‘atualmente trata-se de uma iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controle’.

“Não há futuro com corrupção”

O juiz concluiu: ‘Não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem estar econômico e nossa dignidade como país’.

Alvo de críticas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se limitou a dizer, por meio de sua assessoria, que não ia comentar.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, também criticado, nem atendeu aos telefonemas do Bom Dia Brasil.

No domingo (13) pela manhã o presidente do PSDB, Aécio Neves, disse, em Belo Horizonte, que a manifestação foi um pedido de basta ao governo Dilma.

“Hoje, as pessoas estão nas ruas dizendo chega, basta e os caminhos são três colocados na nossa frente: o impeachment da presidente da república, a cassação da chapa pelo TSE ou a renúncia da presidente da República. Uma dessas três saídas permitirá ao Brasil voltar a sonhar com um futuro melhor”, afirmou Aécio Neves. Depois ele seguiu pra São Paulo e se juntou ao governador tucano, Geraldo Alckmin.

“O país não pode perder tempo. É preciso correr no sentido de buscar uma solução rápida para retomar o crescimento, o emprego e a qualidade de vida da nossa população”, afirmou Geraldo Alckmin.

A TV Globo enviou um e-mail ao Instituto Lula perguntando se o ex-presidente iria comentar as manifestações, mas não teve resposta. A assessoria do PT disse por telefone que não iria comentar.

O líder do partido na Câmara lembrou que a oposição também foi criticada nos protestos. Ele acha que a crise é artificial.

“Nós precisamos virar a página dessa polarização artificial ocasionada pela inconformidade da oposição com o resultado do segundo turno de 2014. Eu não estou minimizando a força política da oposição e não estou dizendo que o PT não monitora o processo. O que eu disse é que é inédito que líderes que convocam a manifestação sejam hostilizados nessa manifestação. E isso é um fato, entretanto nós estamos acompanhando com o cuidado e a responsabilidade necessária”, disse o deputado Afonso Florence.

A secretaria de comunicação social da presidência da República afirmou em nota que a liberdade de manifestação é própria das democracias e por todos deve ser respeitada. E acrescentou: ‘o caráter pacífico das manifestações ocorridas neste domingo demonstra a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe garantir o respeito às suas leis e às instituições’.

A presidente Dilma Rousseff acompanhou as manifestações pela televisão e recebendo informes de seus auxiliares. Na avaliação do Planalto, o dado preocupante é que os protestos deste domingo (13) foram majoritariamente contra o PT, Lula e Dilma. Exatamente o ambiente político que a oposição deseja.

No fim do dia, os principais ministros foram chamados ao Palácio da Alvorada. A reunião durou quase cinco horas. Nenhum ministro gravou entrevista.

Na avaliação do governo, é inegável que foi um protesto de larga escala. Mais do que se esperava. Reflexo da baixa popularidade da presidente. O líder do governo no Senado, Humberto Costa, defende rapidez na votação do impeachment, para que o processo seja logo derrubado e a presidente possa governar. O Planalto crê que pode contar com a reação de sua base tradicional, os movimentos sociais, na defesa do governo.

Na manhã desta segunda-feira (14), a presidente se reúne com ministros da coordenação política e mais uma vez deve avaliar os impactos das manifestações do domingo (13) e é claro, os reflexos disso na articulação política no Congresso também.

Amazonianarede-Sistema Globo

 

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