Amazonas – O Banco da Amazônia (Basa) anunciou na manhã desta quinta-feira, 25 de fevereiro, a previsão de investimentos de R$ 771,9 milhões para financiar a atividade econômica no Estado. O anuncio foi feito durante o Encontro de Negócio e Perspectivas para 2016 do Basa, realizado na sede do Governo do Amazonas, ocasião em que o governador José Melo e o presidente da instituição, Marivaldo Melo, assinaram um protocolo de intenções com a finalidade de impulsionar a aplicação desses recursos que podem atingir até R$ 1 bilhão em 2016.
O protocolo entre o banco e o Governo do Amazonas prevê a mobilização e a integração das classes produtivas e demais parceiros institucionais para a utilização dos valores disponíveis no Plano de Aplicação de Recursos do Banco da Amazônia 2016. O trabalho conjunto prevê, ainda, contribuir com a estruturação e o fortalecimento dos aglomerados econômicos, arranjos produtivos locais e as cadeias produtivas do Estado e criar iniciativas que reduzam as desigualdades locais.
Para o Governo do Estado, as medidas do protocolo corroboram com o fortalecimento das ações direcionadas ao setor primário, mantidas através do Plano Safra Amazonas. O programa foi lançado pelo governador José Melo no ano passado com investimentos da ordem de R$ 362 milhões para o setor primário, atendendo cerca de oito mil produtores em várias frentes, do assessoramento e extensão rural ao fomento.
De acordo com o governador José Melo, o anuncio do crédito disponibilizado pelo Basa é um estímulo à política de desenvolvimento do Governo do Amazonas que tem na piscicultura, na fruticultura seus carros-chefes, mas que também é relevante para a indústria, devido à importância do Polo industrial de Manaus para a economia do Estado. “O Basa é fundamental nesse processo, porque é um braço financeiro que aporta recursos para projetos importantes para o Estado, como a questão da piscicultura, fruticultura e outros projetos estruturantes”, disse o governador.
Associativismo e cooperativismo
Para cumprir com esses objetivos, caberá ao Banco atuar de acordo com as políticas dos Governos Federal e Estadual, apoiar o fortalecimento do associativismo e do cooperativismo de produção do meio rural, agroindustrial e industrial e assegurar recursos para financiar o investimento, custeio e capital de giro.
Já ao Governo Estadual caberá potencializar o agronegócio, promovendo a inserção da produção familiar nos mercados, bem como os setores industriais e de serviços, a partir da expansão de atividades de maior demanda de mão de obra, intensificando a geração de emprego e renda. E ainda assegurar e disponibilizar os serviços de assistência técnica e extensão rural do Estado e garantir recursos financeiros para melhorar e expandir a infraestrutura econômica básica em áreas prioritárias.
“O banco sozinho não tem como aplicar, não tem assistência técnica. Temos o desafio da agricultura familiar, que é grandioso. Temos um estado com 1,5 milhão de quilômetros quadrados e com 62 municípios. Então, a gente precisa desse braço do Governo do Estado para que, ‘linkado’ às suas políticas públicas, ao Plano Plurianual, se possa fazer com planejamento a aplicação desse recursos para gerar desenvolvimento ao Estado”, disse Marivaldo Melo.
Durante o evento, que reuniu representante das classes produtivas do Estado, o economista Luís Suzigan, da LCA, empresa de consultoria especializada na área econômica, ministrou a palestra “Oportunidades e riscos frente ao cenário econômico atual”, e o superintendente regional do Banco da Amazônia, Miguel Nuno Seiffert Simões, falou sobre as linhas de crédito da instituição disponíveis ao mercado.
Amazonas terá R$ 771,9 milhão
O Banco da Amazônia tem disponível para aplicar no Amazonas neste ano R$ 771,9 milhões, sendo R$ 642,2 milhões de créditos de fomento e R$ 129,7 milhões de créditos da carteira comercial da organização. Os valores de fomento são originários do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), sendo R$ 54,34 milhões em apoio ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e R$ 104,4 milhões para as micro e pequenas empresas.
Segundo o Plano de Aplicação de Recursos Financeiros do banco para o ano de 2016, as prioridades econômicas para financiamento estão voltadas para três eixos estratégicos. O primeiro contempla os projetos sustentáveis prioritários para os Estados da Amazônia Legal, que valorizem as potencialidades locais e, ao mesmo tempo, promovam a melhoria da qualidade de vida da população, a inclusão social e a redução das desigualdades intra e interregionais. O segundo e o terceiro eixos dizem respeito às oportunidades de investimentos e realização de negócios sustentáveis nas mesorregiões e microrregiões dos Estados e os arranjos produtivos locais (APLs) prioritários nessas localidades.
Entre os projetos sustentáveis prioritários para o Amazonas estão o de construção naval, que beneficiará os municípios de Manaus, Itacoatiara, São Sebastião do Uatumã, Barcelos, Iranduba Novo Airão e Manacapuru, por meio da aquisição de grupos geradores e instalações elétricas, de ativos imobilizados para infraestrutura de produção e aquisição de financiamento para produção de bens finais. Em todo o Estado serão beneficiados os projetos de produção de pesca e piscicultura através de ações que vão desde a construção de tanques à construção de fábricas de gelo e de unidades de beneficiamento e estocagem de pescado.
Negócios sustentáveis
No que concerne aos investimentos e realização de negócios sustentáveis nas mesorregiões e microrregiões, as oportunidades englobam, por exemplo, desde a pecuária de corte e de leite, passando pelo extrativismo, agricultura, pesca artesanal e fruticultura. Há investimentos previstos, ainda à piscicultura, ao setor industrial (Polo Duas Rodas, Metalúrgico, Eletroeletrônico, Construção Civil, Naval, Turístico e Fitoterápico/Fitocosmético) e ao turismo ecológico.
Quanto aos Arranjos Produtivos Locais, o Banco da Amazônia selecionou, dentre outros APLs, investir na construção naval, abrangendo a Região Metropolitana de Manaus e os municípios de Parintins e São Sebastião do Uatumã através da extensão do Linhão de Tucuruí para o Polo Naval, a geração e distribuição de energia nos polos industriais, bem como apoio financeiro à atividade da construção e comercialização de embarcações de todos os portes e formação e qualificação profissional por meio das instituições parceiras.
Nos últimos cinco anos, o Banco da Amazônia aplicou no Estado do Amazonas R$ 3,5 bilhões em créditos de fomento, sendo que, desse total, R$ 3 bilhões foram para financiamentos de atividades dos setores não rurais, com destaque para o desenvolvimento da indústria, do comércio e do setor de serviços, com aporte de R$ 2,2 bilhões. Foram destinados, ainda, R$ 436,2 milhões para a agricultura familiar, R$ 338,9 milhões para as micro e pequenas empresas e R$ 74,8 milhões para a agropecuária.
Ao longo desse período, a instituição tem participado de grandes projetos no Estado, como o Prosamim, para saneamento de igarapés em Manaus e a ampliação do sistema de abastecimento de água na capital manauense. Outra ação importante que está sendo executada com apoio do Banco da Amazônia diz respeito ao Programa Pró-Moradia para construção dos conjuntos habitacionais Cidadão XI e Cidadão XII, no bairro Santa Etelvina, e Cidadão XIII, no bairro Jorge Teixeira.
Os recursos do Banco da Amazônia trazem benefícios socioeconômicos para o Amazonas. Em 2015, por exemplo, o impacto sobre o valor bruto da produção (VBP), ou seja, tudo que foi gerado de riqueza no Estado, chegou a R$ 1,6 bilhão. Já sobre o Produto Interno Bruto (PIB) estadual, o impacto no ano passado foi de R$ 926 milhões. Os tributos gerados a partir das operações realizadas chegaram a R$ 261 milhões e foram mais de 30 mil empregos gerados e R$ 210 milhões em salários.
Segundo dados do Banco Central, a participação do Banco da Amazônia no crédito de fomento, no Amazonas, é de 63,72%, e as 12 agências da instituição representam 7,45% de toda a rede de agências do Estado. O atendimento do banco cobre 100% dos municípios. Os recursos investidos serviram para potencializar as atividades realizadas por empreendedores individuais, além de mini, micros, pequenas, médias e grandes empresas locais.
Amazonianarede-Secom