Governo Bolsonaro passará pente-fino nas contas do fim do governo Temer

Governo Bolsonaro passará pente-fino nas contas do fim do governo Temer

Presidente Jair Bolsonaro faz primeira reunião ministerial e Onyx Lorenzoni foi o porta-voz. Na mira do novo governo está a revisão de conselhos e de 700 imóveis da União.

 Brasilia – O presidente Jair Bolsonaro comandou nesta quinta-feira (3) a primeira reunião com todos os ministros e pediu um pente-fino nas contas do fim do governo Temer. Segundo o ministro da Casa Civil, houve movimentações estranhas de recursos.

Agora se chama Conselho de Governo, o que na prática é a tradicional reunião ministerial. E a primeira reunião estava tão fechada que nem o discurso de abertura, feito por Jair Bolsonaro, foi transmitido.

A informação é que o presidente foi breve. Pontuou suas diretrizes de governo, pediu alinhamento da equipe.

E foi Onyx Lorenzoni o porta-voz da reunião. Segundo ele os ministérios estão autorizados a fazer uma limpa nos cargos comissionados. O governo também decidiu revisar as centenas de conselhos criados por governos anteriores.

Na mira do novo governo estão ainda os 700 imóveis da União. Cada ministro terá que levantar onde e como estão sendo usados.

O ministro da Casa Civil disse que Bolsonaro também quer um pente-fino nas últimas medidas do governo Temer, no apagar das luzes.

“Nós fomos além, verificando que houve uma movimentação incomum de exonerações e indicações nos últimos 30 dias, assim como também houve uma movimentação incomum de recursos destinados a ministérios também nos últimos 30 dias.

Então foi solicitado que todos os ministros fizessem a revisão pasta por pasta, quer de eventuais nomeações ou exonerações ou transferências, e também sobre a movimentação financeira dos últimos 30 dias particularmente dos últimos 15 dias que, pelo alto volume, causou estranheza.

Nós vamos acompanhar e o presidente quer relatório de cada um para ver para onde foi o dinheiro, para que que isso foi feito e se tem suporte para ter sido feito”, explicou Onyx.

 Conversa com a OMC

À tarde, o presidente recebeu o diretor da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo. Ele disse que conversaram sobre as oportunidades que estão aí, as mudanças que estão se verificando não somente no Brasil. Roberto Azevêdo disse que a preferência de Bolsonaro por negócios bilaterais – feitos diretamente entre países e não em bloco – é bem-vinda.

“O caminho bilateral é importantíssimo. Ele tem de ser trilhado, é mais rápido, é mais efetivo sobretudo nas negociações tarifárias e de acesso ao mercado. O sistema multilateral complementa esse lado bilateral que tem que ser explorado, é o que todos os países fazem”, disse Azevêdo.

Depois, Bolsonaro visitou a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, do GSI – o Gabinete de Segurança Institucional. É o órgão que cuida da segurança do presidente e sua família, palácios, residências oficiais e viagens presidenciais. São mais de 700 servidores, militares das Forças Armadas, agentes federais, Polícia Militar e bombeiros.

Simulador  de tiros

Foi um convite para que o presidente conhecesse os servidores que cuidam da segurança dele e que arriscam a própria vida para garantir essa segurança. Bolsonaro conheceu um simulador de tiros, como funciona o comboio presidencial e outras informações para convencê-lo de que, como autoridade, ele precisa desse serviço de segurança.

“É sempre uma necessidade nós termos essa demonstração feita para autoridade, para que ela possa entender o trabalho daqueles que estão ali até, se for o caso, oferecer o sacrifício da própria vida”, disse o general Augusto Heleno, ministro do GSI.

Fachada dos prédios dos ministérios

A mudança de governo pode ser vista até do lado de fora da Esplanada. Funcionários reescrevem os nomes dos ministérios como o da Fazenda, que virou da Economia, juntando Planejamento, parte do Trabalho e da Indústria e Comércio.

A mudança da família Bolsonaro já está chegando ao Alvorada – a família já deve dormir no palácio na noite desta quinta-feira.

Gabinetes da Câmara

As lideranças do PT e do PSOL na Câmara dos Deputados afirmaram nesta quinta-feira (3) que houve uma invasão de gabinetes de deputados durante os preparativos para a posse do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o PT, foram violados gabinetes de nove deputados. O PSOL relatou a invasão de gabinetes de cinco deputados.

Os parlamentares disseram que gavetas foram revistadas e persianas fechadas com parafusos.

Os dois partidos declararam que não houve comunicação prévia da entrada nos gabinetes nem autorização dos parlamentares.

Nota da Câmara

Em nota, a Câmara informou que a determinação foi da diretoria-geral da casa; que não houve comunicação prévia aos gabinetes porque a decisão foi tomada no fim de semana, não havia tempo hábil e a medida era necessária por razões de segurança.

A Câmara também declarou que o objetivo foi evitar que uma eventual movimentação nos gabinetes desviasse a atenção dos franco-atiradores das forças de segurança e que o uso dos parafusos para fechar as persianas foi necessário para evitar que se abrissem com o vento.

A assessoria da Câmara ressaltou ainda que a mesma medida foi tomada em todos os gabinetes e adotada em toda a Esplanada dos Ministérios.

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