Funai intensifica combate ao garimpo na terra Yanomami

Amajari, RR – Uma ação conjunta entre Exército e Fundação Nacional do Índio (Funai) pôs fim a cinco balsas utilizadas no garimpo ilegal na região do Uraricuera, a noroeste da Terra Indígena Yanomami (TIY), no Município de Amajari.

A ação faz parte da operação Ágata 7, mas nenhum garimpeiro foi localizado na região.

Os equipamentos foram encontrados em um dos afluentes do rio Uraricuera, no igarapé Aracaça, a 400 quilômetros da Capital. Pelo menos dez acampamentos foram localizados durante a ação realizada de 29 de maio a 02 de junho. Além da destruição das balsas, foram apreendidos três motores estacionários, dos quais dois foram destruídos e um foi doado para a comunidade da região.

O coordenador da Frente de Proteção Etno-ambiental Yanomami e Yekuana, João Catalano, disse que a ação foi feita para destruir balsas remanescentes da Operação Curaretinga, realizada na região no mês de março. Na época, pelo menos 40 pessoas foram detidas, das quais 33 presas e as restantes expulsas da área indígena.

A região do Uraricuera está sendo priorizada pelas ações de combate à extração ilegal de minérios. Conforme Catalano, a Funai solicitou do Exército que seja destruída uma pista conhecida com “Espadim”, na boca do igarapé Aracaçá, e que atualmente configuraria o único ponto de apoio ao garimpo na localidade. “Com isso, nós atingiremos nossa meta e praticamente teremos acabado com os pontos de garimpo na região”, disse. A partir dessa ação, as próximas regiões a serem priorizadas serão no entorno dos rios Catrimani e Apiaú.

A Funai estima que existam pelo menos 22 pistas de pouso na TI Yanomami a serviço do garimpo de minérios, atividade proibida em terras indígenas. No ano passado havia mais de 40 pistas na reserva, mas muitas foram abandonadas e outras destruídas.

No fim do mês passado, uma pista de pouso usada no garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Yanomami (TIY) foi destruída pelo Exército, também como parte das ações da Operação Ágata 7. A pista, conhecida como “Pernambuco”, fica a 50 quilômetros da fronteira com a Venezuela, na região de Cachoeira Xiriana, ao norte de Surucucu.

Durante a operação Ágata 4, realizada há cerca de um ano, foram destruídas duas pistas de pouso irregulares. Além disso, em duas semanas, o Comando Militar da Amazônia apreendeu 235 embarcações, interditou cinco garimpos e apreendeu 33 quilos de cocaína em pasta.

No entanto, o combate a estes tipos de crimes na área Yanomami são uma luta constante. Um exemplo disso são as ações de combate ao garimpo realizadas durante a operação Xawara, em julho do ano passado. Desde lá, muitas das atividades desarticuladas já foram retomadas.

Operação Ágata já prendeu 9 pessoas

Conforme o último balanço da operação Ágata 7, nove pessoas já foram detidas, sendo duas por desacato, uma por descaminho, três por imigração ilegal e outros três por suspeita de estupro em Bonfim. Estes últimos foram encaminhados à Polícia Militar e posteriormente à Polícia Civil.

Durante as ações, os militares têm realizado diversos postos de bloqueio nas entradas rodoviárias do Estado. Estes controles resultaram em mais de 10 mil vistorias em veículos e pedestres, e resultaram em diversas apreensões.

Os principais alvos de apreensão são produtos frutos de descaminho e mercadorias ilegais. Também foram apreendidas 30 motocicletas e 16 carros com indícios de irregularidades, além de 336 botijões de gás, em ação conjunta com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

PONTES – Dentre as ações cívico-sociais realizadas durante a ação, o Exército reparou duas pontes no acesso ao Uiramutã, outra entre a comunidade de Bananal e Sorocaima, no município de Pacaraima. Além disso, os militares reconstruíram um bueiro no quilômetro 68 da BR-401, que estava rompido desde o inverno do ano passado.

YANA LIMA – Folha BV 

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