Fotos em  celular dos jurados adia julgamento em Manaus

Luciana Ferreira da Silva está entre réus de julgamento 

Manaus, AM – A juíza Mirza Telma de Oliveira Cunha, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, suspendeu na tarde desta terça-feira (10), o júri popular dos acusados de envolvimento na morte de Sílvio Henrique Batista Sales em 2014. Segundo o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), a decisão foi tomada após pessoas na plateia serem flagradas enquanto fotografavam os jurados.

A magistrada mandou recolher os celulares e acionou o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). O delegado Guilherme Torres recebeu nove celulares, com as identidades dos responsáveis.

Três aparelhos foram devolvidos por não conter fotografias do julgamento. Os outros seis celulares foram apreendidos e será feita uma perícia técnica, pois em um deles foi encontrada a identidade da ré Luciana Pereira da Silva.

“No início da sessão alertei os presentes da proibição de se fazer uso do celular em Plenário, mas constatamos que havia pessoas descumprindo essa determinação e fotografando.Resolvemos suspender o julgamento, pois consultamos os jurados e eles não se sentiram seguros para continuar”, disse a magistrada.

A juíza afirmou ainda que o julgamento deve ser realizado no mês de junho, uma vez que não há data disponível nos próximos dias.

O julgamento

A sessão do Júri começou na manhã desta terça, pouco depois das 9h, no Plenário do Fórum Ministro Henoch Reis, no bairro de São Francisco, zona Sul de Manaus.

O julgamento tratava de um crime de homicídio qualificado, que teve repercussão em Manaus pelo fato de os executores terem gravado em vídeo a morte de Sílvio Sales, no dia 9 de julho de 2014.

O primeiro réu ser interrogado foi Diogo Carvalho de Santana. Ele explicou em detalhes como aconteceu o crime, desde o momento em que foi buscar a vítima em sua casa, até a execução. Diogo também falou de como agia em outros crimes na cidade, principalmente em assaltos.

Ele também afirmou que matou a vítima porque a mesma teria cometido um estupro, além de “drogar” uma menina de 12 anos e de ter dado um “banho” (referindo-se a quem trapaceia o próprio grupo) após um assalto.

Cleiciane Ferreira de Souza foi a segunda a ser interrogada e disse que estava filmando as ações do grupo desde entraram no veículo até o momento da execução. Segundo ela, a filmagem foi feita pelo “medo de morrer”.

O promotor Armando Gurgel perguntou motivo de ter dito no momento em que a arma de Luciana falhou, as palavras “dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe”. O promotor inclusive usou o vídeo, mostrando aos jurados o momento em que incentivava os atiradores.

Sebastião Ribeiro Marinho Filho, o “Velho Sabá”, também acusado de participar do crime, morreu durante a instrução do processo. Ele foi morto durante a rebelião que vitimou 56 pessoas no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em janeiro de 2017. “Velho Sabá” seria o mandante da morte de Sílvio Sales.

Luciana também foi ouvida e confirmou sua versão anterior, de que a vítima a agredia e a teria estuprado.

Amazonianarde-JAM

 

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