Forte chuva alaga avenidas e mantém o Rio Acre cheio

Amazonianarede – Agência Acre

Rio Branco – O temporal que caiu sobre Rio Branco durante a tarde desta sexta-feira, 22, causou estragos por parte da cidade. A chuva entupiu bueiros e rapidamente alagou ruas pela Capital. Fortes ventos também causaram prejuízos, arrancando telhas de casas e derrubando pedaços de árvores.

Os motoristas tiveram muita dificuldade para dirigir em 2 das principais avenidas da cidade. Na Getúlio Vargas, a água da chuva sobrecarregou logo a rede de esgotos e alagou a avenida quase inteira. Na frente do Bradesco, ainda na avenida, se formou um engarrafamento por causa da chuva e de um acidente entre um carro e uma moto que aconteceu bem na hora da alagação.

Na Antônio da Rocha Viana, bueiros ficaram entupidos em alguns pontos e também inundaram a pista da avenida. Os carros que encaravam os trechos alagadas nas duas avenidas ficaram cobertos até o começo de suas portas, em determinados lugares.

Ruas do Manoel Julião, do Conjunto Esperança, do Tancredo Neves, do Mocinha Magalhães e parte do Bosque, além de áreas na Conquista, também ficarem completamente debaixo d´água. O Parque da Maternidade também ficou alagado em certos pontos.

No Centro, a chuva acentuou o volume de águas do Rio Acre, que já encostou na chamada cota de transbordamento, 14 metros. Na manhã de ontem, ele marcava 13,79m. Com a chuva, ele subiu mais alguns centímetros. O rio, inclusive, cobriu mais ainda o estacionamento debaixo da ponte metálica, que agora está praticamente todo submerso. Alguns bairros de áreas de risco já estão alagados e em breve a Defesa Civil pode começar a retirar desabrigados.

Igarapés, como o Judia e o São Francisco, também chegaram a transbordar, causando mais transtornos.

Estragos também em Cruzeiro

Forte chuva no fim da tarde de quinta-feira, 21, alagou todo o Centro de Cruzeiro do Sul e derrubou árvores por toda a cidade, causando muitos prejuízos, especialmente nos estabelecimentos comerciais localizados nas proximidades da praça de táxis. A chuva caiu de forma torrencial durante cerca de uma hora, depois amenizou, mas continuou durante quase toda a noite.

Segundo o subcomandante do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), tenente Clodoaldo Pinheiro, a precipitação atingiu 99,5 mm, a maior acontecida neste ano. O Rio Juruá também subiu de ontem para hoje 32 cm, atingindo 12,86. Ele pode transbordar hoje, pois, a cota de transbordamento é de 13 m e a notícia que se tem é de que em Porto Walter o rio está subindo. A boa notícia é que em Marechal Thaumaturgo, situada acima de Porto Walter, o rio está baixando.

Durante o temporal de ontem à tarde o Corpo de Bombeiros recebeu muitas chamadas. Ontem, eles vistoriavam vários locais onde árvores caíram ou ameaçam cair sobre residências. O próprio quartel dos bombeiros sofreu as consequências da chuva: um pé jambo arriou sobre o telhado do prédio principal.

O empresário Édson Fidélis, morador no bairro Aeroporto Velho, levou um susto quando em plena chuva presenciou uma grande árvore tombando lentamente sobre sua casa. Por sorte, a árvore estava tão perto da casa que resistiu ao peso. A árvore ficou escorada na casa, livrando as pessoas em seu interior de sofrer com desabamentos de paredes e teto. Os bombeiros, ontem mesmo ajudaram a diminuir a pressão do peso sobre a casa e hoje completarão o serviço.

Centro alagado – O centro de Cruzeiro do Sul, situado entre colinas, foi, no passado, em grande parte aterrado, e sofreu uma ocupação desordenada. Hoje sofre com isto. Todos os anos, o drama se repete, espe-cialmente quando o rio está cheio como ocorre agora, o que faz com que o canal do Igarapé Boulevard transborde alagando o Centro. Esgotos entupidos também são apontados como causas de alagamentos no centro por comerciantes.

A dona de farmácia, Cristiane de Lima, já estava em casa na hora da chuva forte, quando recebeu chamada do filho, avisando que o estabelecimento estava sendo alagado. Saiu correndo de casa até a farmácia e quase não conseguiu chegar, pois a correnteza estava forte na rua. Ao entrar no local, viu que a água já tinha atingido 1m.

Foi um corre-corre para salvar o possível. Muitos medicamentos tiveram as embalagens comprometidas e ela lamenta que a Vigilância Sanitária não lhe permite vender medicamentos fora das embalagens.

(Flaviano Schneider / Agência Acre)

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