Final do WCT: Gabriel Medina vive um dia de rei no Havaí

13-12surfUfa! Brasileiro estreou com vitória e deixou a seriedade de lado para curtir seus fãs. Tirou selfies, distribuiu abraços e falou da ansiedade para vencer o PipeMasters. Ele é a esperança para o primeiro título mundial de surf do país.

O pontinho amarelo na areia estava quase imperceptível. Depois de vencer a bateria, Gabriel Medina foi cercado por um mar, não de água, mas de fãs. Brasileiros de todos os cantos do país se empurravam para conseguir uma selfie com o ídolo. Alguns fizeram sacrifícios até maiores:

– Gabriel, eu gastei toda a minha poupança para estar aqui!, gritou uma senhora, arrancando um sorriso do surfista.

Tanta fama assim não é nada comum para atletas que vivem do mar. Mas Gabriel Medina teve que se acostumar rapidamente. Aliás caiu na graça do público desde que se tornou o mais forte candidato ao título mundial desse ano.

– Eu nunca tive essa torcida aqui no Havaí, esse é o meu terceiro ou quarto ano aqui, e nunca tive torcida assim. É uma força a mais, disse.

Medina fez a lição de casa e venceu no primeiro round, correspondendo às expectativas. E a pressão sobre as suas costas:

-Estava ansioso mas tranquilo ao mesmo tempo. Sei que se as coisas tiverem de acontecer, vão acontecer, então tô deixando rolar”.

Até o título, o jovem, de apenas 20 anos, terá de enfrentar muito mais do que ondas grandes e barreiras de corais, mas parece levar tudo com muita tranquilidade.

– Esse é o forte do Gabriel e eu acho que é por isso que ele está disputando o título agora. Porque tem a maior pressão em qualquer atleta, imagine você disputando um título de um esporte que é individual, disse Charles Saldanha.

Padrasto e treinador de Gabriel, Charles é o principal responsável pela concentração e foco do filho. Os dois têm ficado blindados em casa, sem acesso a imprensa e até aos familiares.

– A gente não ganhou nada ainda, só passou uma fase que o resultado ainda não muda. Ele poderia ter ficado em décimo quinto e ele pulou pra décimo terceiro. Não mudou nada o resultado dele, não é resultado de troca. A partir de agora começa a troca, e conforme a gente vai passando, é a mesma blindagem. A gente só vai se dar por satisfeito a hora que anunciar o título.

De fato, o jogo ainda não está ganho, já que Mick Fanning e a lenda do surf, Kelly Slater, ainda podem alcançar o brasileiro. O australiano também venceu a bateria no primeiro round e se garantiu direto no terceiro. Já Kelly sofreu uma virada dolorida no finzinho da bateria e foi para a repescagem. Mas Medina sabe que esse tipo de golpe não costuma ser tão duro para o onze vezes campeão do mundo.

– Os dois foram muito bem, essa derrota do Kelly não significa nada, eu sei que ele surfa muito bem essa onda, e ele voltar com tudo no terceiro round – concluiu Medina.

Slater, que nesse ano já ficou atrás de Medina no quesito assédio dos fãs (fato raríssimo no circuito mundial), saiu do mar com um ar de preocupação, e parecia querer se convencer de que nada mudou com a derrota.

– Continua a mesma coisa, eu ainda tenho que vencer a etapa. É verdade que seria bom ter um bom dia pra descansar se eu tivesse passado direto para o terceiro round, mas também foi a primeira vez que eu surfei em Pipeline esse ano. Mas eu tenho que surfar aqui e me acostumar de novo, disse Slater, visivelmente decepcionado.

Se Kelly Slater tirou, melancolicamente, a lycra do campeonato, Medina mal conseguiu ir para o vestiário, já que posava para inúmeras selfies com um sorriso de orelha a orelha. Para alguns ali, a assinatura do novato na camisa já ocupou até o lugar do careca do espaço.

– Desse tamainho Medina? Você é o maior, seu autógrafo tem de ser gigante!, disse ele ao som de uma gargalhada de Gabriel.

Fonte: Lancenet

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