Manaus, AM – A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) passou a acompanhar a família do adolescente de 14 anos que teve a cirurgia atrasada por uma briga entre dois médicos dentro do centro cirúrgico do Pronto-Socorro da Criança João Lúcio, na Zona Leste de Manaus, na noite de quinta-feira (4).
Os pais foram informados que podem ingressar com ação indenizatória. O paciente sofreu lesões na cabeça antes do procedimento. Ele segue na unidade de Terapia Intensiva (UTI),
O defensor público Danilo Germano disse que a DPE procurou os pais do garoto para prestar assistência jurídica. O objetivo do atendimento foi informar a família da gravidade do caso e dos direitos.
“Informamos para família que caberia uma ação indenizatória contra o estado. Contudo, a família está passando por um momento bem delicado porque o adolescente está na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e a mãe está nas tratativas. A mãe foi orientada e tão breve o adolescente saia dessa situação, se ela assim desejar, será assistida pela Defensoria no âmbito judicial”, explicou Danilo Germano.
A principal consequência gerada pela briga dos médicos foi o atraso da cirurgia de urgência que paciente precisava ser submetido. “O estado é responsável pela demora que foi ocasionada em uma cirurgia de emergência com adolescente entre a vida e a morte.
O adolescente correu risco de morte pela demora na troca de equipe e como era uma questão de pressão intracraniana cada minuto conta para vida ou para evitar as sequelas”, afirmou o defensor público.
Confusão
De acordo com funcionários do hospital, que não quiseram se identificar, um neurologista e um anestesista atendiam um adolescente, de 14 anos, internado com lesões na cabeça, quando houve a discussão. Os dois médicos se preparavam para iniciar procedimento cirúrgico no paciente em estado grave, que tinha caído de um laje.
Consta no boletim de ocorrência registrado no 9º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na capital, que os dois entraram em vias de fato devido uma discussão entre eles durante um procedimento cirúrgico. O neurologista tinha escoriações na boca, e o anestesista apresentava escoriações no braço esquerdo, mão direita e pescoço. Os médicos não foram encontrados pela reportagem para comentar o caso.
O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) vai abrir sindicância para apurar uma briga entre dois médicos. A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informou que a direção do hospital abriu sindicância para apurar a conduta dos médicos envolvidos.
Amazonianrede-TVAM