Boa Vista, RR – Há quase quatro meses sem professor em sala de aula, o administrador Wayne Araújo, pai de um aluno de 5 anos na Escola Municipal Ana Sandra Nascimento Queiroz, localizada no bairro Cidade Satélite, zona Oeste, decidiu denunciar que os alunos estão sendo penalizados.
A escola tem a capacidade de atender até 750 alunos.
Ao procurar a gestão da escola, os pais dos alunos foram informados que na Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) não haveria professores substitutos para atender as demandas eventuais. “Estão na base do improviso, uma hora levam as crianças para a sala de vídeo, outra hora para a quadra para brincarem”, comentou o o pai ao complementar que se preocupa com o desenvolvimento na aprendizagem do filho por se tratar do início da alfabetização.
“Coloquei meu filho em uma escola, e não em uma creche. Ele está lá para aprender, mas, como não há professor, então é praticamente um ano perdido”, frisou. Outra alegação dada pela gestão seria as constantes faltas da professora que havia iniciado o ano letivo com a turma.
Ontem a situação chegou ao limite, conforme o administrador. “Foi a gota d’água para mim. Fui deixar meu filho na escola e não havia ninguém para ficar com os alunos em sala. Eles decidiriam o que fariam com eles, mas voltei com ele para casa. Isso é um absurdo”, protestou.
ZONA RURAL
A situação se repete na zona rural de Boa Vista, onde há relatos semelantes feitos por pais de alunos da Escola Municipal Leila Maria Silveira.
Segundo o vereador Edilberto Veras (PP), durante visita na manhã de ontem a unidade de ensino, localizada na BR-174, sentido Norte, foi constatada a ausência de professores, de água para uso e consumo, de nutricionista e falta de espaço suficitente para atender todos os alunos. “Os estudantes não receberam uniforme e a água eles conseguem numa chácara próxima”, disse.
O vereador questionou da gestão escolar sobre providências por parte da Prefeitura, mas obteve como resposta que as solicitações foram feitas, porém nada foi resolvido. “Falei sobre essas condições na Câmara porque isso não está certo”, disse ao frisar que os alunos, muitas vezes, foram liberados por falta de professor.
PROFESSOR
A Secretaria Municipal de Comunicação não se manifestou sobre as duas denúncias. A Folha aguardou até as 18h um posicionamento, mas não houve retorno. (Y.G)
Fonte: Folha BV
