Ex-relator do processo de Cunha recebeu oferta de propina

“Todo mundo está fazendo tempestade em copo d’água, principalmente a defesa de Cunha", afirmou Fausto Pinato
“Todo mundo está fazendo tempestade em copo d’água, principalmente a defesa de Cunha", afirmou Fausto Pinato
“Todo mundo está fazendo tempestade em copo d’água, principalmente a defesa de Cunha”, afirmou Fausto Pinato

BRASÍLIA – Após  ser substituído na relatoria do processo de cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), no Conselho de Ética da Casa, o deputado Fausto Pinato (PRB) afirmou em entrevista a O Financista que não descarta que a decisão do Conselho fique apenas para 2016.

“Depois do excesso de manobras que estamos presenciando no Conselho de Ética, eu não duvido de mais nada, não tenho como garantir que a leitura do documento do novo relator [Marcos Rogério, do PDT] acontecerá este ano”, explicou Pinato.

Sobre um possível retorno à relatoria do processo, o deputado do PRB negou que tenha entrado com recurso. Ele explicou que a iniciativa partiu do presidente do Conselho de Ética da Casa, José Carlos de Araújo (PSD), e do seu partido.

“Eu não sou apegado em relatoria. Eu só fiz meu trabalho e protocolei. Eu continuo sendo membro do Conselho de Ética e continuarei fazendo um trabalho sério e independente”, afirmou.

Propina 

O ex-relator do processo de cassação de Cunha admitiu ter sofrido ameaças ao longo das últimas semanas e revelou ter recebido ofertas de propina indiretamente.

“Fui abordado por pessoas que me diziam que eu poderia mudar de vida, mas nenhuma delas sinalizavam se eu deveria arquivar ou determinar a cassação de Cunha”.

Segundo Pinato, as abordagens em lugares públicos, como aeroporto, o amedrontaram e determinaram a contratação de um policial aposentado para ficar em sua casa. Depois disso, o deputado afirma ter feito boletim de ocorrência, ter comunicado o comandante da Polícia Militar e ter protocolado o que aconteceu com o Ministério da Justiça.

Além disso, o parlamentar revelou que evitou falar sobre as ameaças e as investidas por não saber de onde estavam vindo.

“Isso só reflete a pressão que está dentro do Conselho de Ética. Não demos publicidade para isso, porque se isso acontecesse novamente tentaríamos pegar a pessoa”, disse.

A permanência de Zé Geraldo, do PT, por apenas uma hora na relatoria do processo também foi destacada pelo deputado. Ele sinalizou que a decisão do petista de manter a integralidade do relatório apresentado não atrapalharia o ritmo da deliberação do processo e isso incomodou os aliados de Cunha.

“Todo mundo está fazendo tempestade em copo d’água, principalmente a defesa dele. Essas manobras de Cunha e essas discussões em torno do processo de cassação dele são apenas para ganhar tempo. Se há a admissibilidade, porque ficar querendo fazer essas manobras?”, questionou Pinato.

Impeachment

Indagado sobre o processo de impeachment da presidente de Dilma Rousseff, Pinato destacou que o processo está adiantado, mesmo após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Edson Fachin, suspender o andamento do impeachment. Fachin determinou a interrupção até que a corte julgue, na quarta-feira (16), uma ação apresentada pelo PCdoB, questionando os procedimentos adotados no caso.

“O STF tomou uma decisão acertada. Não tem uns ritos específicos. Eles vão estipular os ritos. Eu não tenho posicionamento sobre o processo de impeachment de Dilma até mesmo porque eu não conheço a peça acusatória. Foi montada uma comissão de mais de 60 deputados que vão discutir isso. Aí com certeza, vamos ter documentos para ter uma convicção”, ponderou. “Da mesma maneira que ninguém tem convicção sobre o Eduardo Cunha. Estamos apenas admitindo para abrir o contraditório. Não tem com prejulgar ninguém, não pode”, completou. TERRA BRASIL

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