EUA e Japão desafiam China com sobrevoos em nova zona aérea

(Por Tim Kelly e Phil Stewart)

TÓQUIO/WASHINGTON, 27 Nov (Reuters) – Dois aviões de combate norte-americanos B-52 desarmados sobrevoaram ilhas disputadas no mar do Leste da China, sem informar Pequim, e as principais companhias aérea japonesas também ignoraram as autoridades chinesas ao passarem com seus aviões, nesta quarta-feira, por uma nova zona de defesa aeroespacial.

O desafio dos aliados Japão e EUA às novas regras de identificação impostas pela China sobre o espaço aéreo eleva o tom do impasse territorial entre Pequim e Tóquio por causa das ilhas, e desafia Pequim a dar o próximo passo.

A China publicou no fim de semana as coordenadas de uma nova Zona de Identificação da Defesa Aérea do Mar do Leste da China, alertando que tomaria “medidas emergenciais defensivas” contra aeronaves que não se identificarem corretamente. A zona de vigilância tem aproximadamente dois terços da aérea da Grã-Bretanha.

“Se os Estados Unidos conduzirem mais dois ou três voos desse tipo, a China será forçada a responder. Se a China só puder responder verbalmente será humilhante”, disse Sun Zhe, professor do Centro de Relações EUA-China, da Universidade Tsinghua, em Pequim. “O conceito do tigre de papel é muito importante. Todos os lados encaram isso.”

O ministério chinês da Defesa disse ter monitorado todo o progresso dos aviões bombardeiros dos EUA na região ao longo da terça-feira. Um porta-voz do Pentágono disse que os aviões nem foram observados nem foram contatados pelos chineses.

Qin Gang, porta-voz da chancelaria chinesa, disse que o país poderá responder a futuras violações com “uma reação apropriada”, dependendo “da situação e grau da ameaça”. Sem entrar em detalhes, Qin acrescentou que a China informou os “países relevantes” antes de estabelecer a zona de vigilância.

A pedido do governo japonês, as companhias Japan Airlines e ANA disseram que deixaram na quarta-feira de fornecer seus planos de voo e outras informações às autoridades chinesas. As companhias disseram não ter tido problemas ao sobrevoar a área.

De acordo com a JAL, a entidade setorial japonesa concluiu que ignorar as exigências chinesas não acarretava riscos aos aviões comerciais. A JAL e a ANA divulgaram notas em seus sites explicando sua decisão.

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