Em Sessão Especial, ALEAM devolve mandato a Arlindo Porto, perdido há 49 anos

Manaus – Num ato simbólico a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) devolveu na manhã desta quarta-feira (3) o mandato do ex-deputado estadual pelo PTB, Arlindo Augusto dos Santos Porto, perdido há quase 50 anos durante o regime militar de 1964.

De autoria do deputado estadual Arthur Bisneto (PSDB), a devolução ocorreu numa Sessão Especial dirigida pelo presidente deste Poder, deputado estadual Josué Neto (PSD).

A entrega do diploma a Arlindo Porto foi feita por Bisneto em meio a convidados ilustres, como o secretário de Cultura Robério Braga, que representou o governador Omar Aziz (PSD), o prefeito de Manaus, Artur Neto, o ex-ministro do Trabalho, ex-senador e ex-deputado federal, Almino Afonso, o desembargador do TJA, Iedo Simões, o conselheiro do TCE, Júlio Cabral, o vereador Mário Frota e o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, Wilson Reis, além de deputados e ex-deputados.

Arthur Bisneto denominou de “momento mais marcante de sua carreira política” o reconhecimento desta Casa Legislativa num gesto de humildade devolver simbolicamente o mandato de deputado federal a Arlindo Porto, que exerceu três mandatos na ALEAM antes de sua cassação. “Foi tirado injustamente e de forma covarde na ditadura militar”, disse, ressaltando que “esse gesto é um marco na política amazonense”.

Josué Neto disse que a entrega simbólica do mandato a Arlindo Porto é um ato extremamente importante para a história do Amazonas e o futuro das novas gerações que irão conhecer o que ele fez por este Estado. “Essa devolução é de grande representatividade no momento que o mundo vive uma nova fase de amadurecimento da democracia”, afirmou.

Almino Afonso avaliou a homenagem por dois aspectos: Um fazendo justiça a Arlindo Porto que foi cassado por seus próprios pares, “o que foi uma vilania”; outro porque a ALEAM, ao aprovar o projeto de Arthur Bisneto para devolver o mandato a Arlindo Porto, faz justiça ao ex-senador Arthur Virgílio Filho, também cassado; e se engrandece porque reconhece que houve um erro, que manchou a Assembleia daquela época.

Decisão circunstancial

Arlindo Porto não teve conhecimento do teor do documento que resultou em sua cassação, só soube quando havia sido cassado por uma Assembléia, segundo ele, forçada pelas circunstancias do momento vivido pelo povo brasileiro. “Talvez a ALEAM daquela época quisesse mostrar serviço ao novo governo”, disse o homenageado, afirmando receber o mandato “com imensa alegria de quem vê reconhecido seu gesto, ação e comportamento para com a comunidade e o povo que o elegeu em três eleições”.

Se fosse assumir, efetivamente, o mandato, Arlindo Porto disse que manteria a mesma linha de atuação que sempre teve nesta Casa e da qual nunca se afastou, ou seja, de homem público que tem suas ações focadas para o bem estar da população que o elegeu. Arlindo Porto foi também deputado federal e teve grande representatividade em movimentos sociais. Ajudou a fundar o Sindicato dos Jornalistas, do qual foi o primeiro presidente, hoje é presidente da Academia Amazonense de Letras.

O deputado Chico Preto (PSD), que representou os 24 deputados, disse que palavras não traduzem o sofrimento, a ansiedade e a forma injusta pela qual passou Arlindo Porto. “A ALEAM resgata com justiça o mandato usurpado de um homem compromissado com as gerações deste Estado que defendia o que entendia ser correto”, assegurou, ressaltando que esta Casa se torna grande neste momento, não só pela figura humana do homenageado, mas por ter esse compromisso com o resgate de uma historia que não podia ficar enterrada para as futuras gerações.

Fonte: Diretoria de Comunicação

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