Em Roraima, pássaro raro é encontrado na Serra da Mocidade

(Foto: Divulgação)

Boa Vista, RR – Um dos pássaros mais espetaculares do mundo. Essa é a definição dada ao Galo-da-serra, ave que se alimenta de frutos, insetos, lagartixas e rãs.

Vivendo solitário, buscando alimento na floresta e de difícil visualização, o Galo-da-serra foi encontrado no Parque Nacional Serra da Mocidade, na região do Baixo Rio Branco, em recente expedição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O registro foi feito por Jorge Macêdo, fotógrafo há mais de três décadas e convidado da Expedição de Pesquisa Científica Terra incógnita. Esta é a terceira vez que o Galo-da-serra é visto – e fotografado – no Brasil, sendo as outras na Serra do Tepequém, em Roraima, e no Amazonas.

Alguns pesquisadores já tinham a informação de que a ave – de até 28 centímetros de comprimento – habitava a Serra da Mocidade. Durante uma caminhada pela Trilha do Gato, os pesquisadores avistaram apenas o ninho dos pássaros em uma caverna. Horas depois, o guia viu um casal de Galo-da-serra e avisou ao fotógrafo, que produziu as imagens da terceira aparição do pássaro em céus brasileiros.

“Para nossa surpresa, o guia avistou as aves e me chamou para fotografá-las. Até então só o macho tinha sido visto”, explicou Jorge Macêdo.

A identificação de gênero é simples: o macho é de cor alaranjada, enquanto a fêmea tem tons de marrom-escuro, que se assemelha ao preto de longe. Habitante de cavernas, rochas e pedras com umidade, há informações de que o pássaro habite também a região da Confiança, no município do Cantá. O Galo-da-serra pode ser encontrado desde o Amapá até a região do alto rio Negro, no Amazonas e nas Guianas, Venezuela e Colômbia.

TERRA INCÓGNITA

Realizada em dezembro de 2013 pelo Parque Nacional Serra da Mocidade e Estação Ecológica de Niquiá, a Expedição de Pesquisa Científica Terra incógnita reuniu pesquisadores de seis instituições (Instituto de Amparo a Ciência e Tecnologia), Ufam (Universidade Federal do Amazonas), SPU (Superintendência do patrimônio da União) e IFRR (Instituto Federal de Roraima) e foi financiada pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).

Durante duas semanas de pesquisa, foram identificadas mais de 300 espécies de plantas, mais de 100 espécies de aves, 100 de peixes, 23 de anfíbios, 18 espécies de mamíferos, 14 de lagartos e cinco serpentes.

Um estudo inicial sobre o solo do local também foi iniciado, indicando alta variedade de solos. As amostras estão sendo analisadas e o resultado será conhecido em março. Um documentário com imagens aéreas e em solo captadas por Jorge Macêdo também será produzido, mas ainda sem data de lançamento.

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