Em parecer, relator diz que Dodge atende requisitos para vaga de Janot

Raquel Dodge, indicada por Michel Temer para a chefia do Ministério Público Federal

O senador Roberto Rocha (PSB-MA) leu nesta quarta-feira (5) um parecer em que afirma que Raquel Dodge preenche os requisitos para ocupar o cargo de procuradora-geral da República.

O relator apresentou o documento sobre a indicação de Dodge para a PGR (Procuradoria-geral da República) durante sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Ao final, o presidente da comissão, Edison Lobão (PMDB-MA), concedeu vista coletiva para os parlamentares, ou seja, prazo para que eles analisem o relatório apresentado.

Com isso, o colegiado prevê para a próxima quarta-feira (12) a realização da sabatina de Dodge e, na sequência, a votação de seu nome para o cargo hoje ocupado por Rodrigo Janot.

Pelos planos do governo, após a apreciação da indicação de Dodge pela CCJ, o plenário do Senado deve votar o nome da candidata à PGR ainda na próxima quarta.

Um indicativo de que o nome de Dodge não deve frequentar dificuldades para a aprovação foi o clima da CCJ enquanto parecer sobre ela era lido. Praticamente nenhum senador da oposição esteve presente à sessão e não foram feitos questionamentos.

Nos bastidores, o nome da candidata é bem visto por senadores que se opõem ao governo do presidente Michel Temer já que existe uma expectativa de que Dodge faça mudanças na condução da Lava Jato.

Ao fim da sessão, Rocha reconheceu que a procuradora deve ser aprovada com tranquilidade. “Ela expõe um excelente currículo”, disse, acrescentando que a indicada reúne elogios, inclusive, de integrantes da Força Tarefa da Lava Jato.

Questionado sobre se o fato de Dodge ser de uma linha oposta à de Janotpode gerar questionamentos do Senado, Rocha diz que não. “Se ela se posiciona diferente do atual procurador isso possa ser um bom problema para o país experimentar posicionamentos diferentes na procuradoria”, disse.

Rocha recebeu ontem Dodge em seu gabinete em uma conversa que durou mais de uma hora. Ele disse não terem tratados de temas como delação premiada e Lava Jato. “Assuntos que estão em investigação a gente evitou comentar”, disse.

O senador criticou, contudo, a realização de “gravações clandestinas”. Ele disse que pode ser um ponto de reflexão dos senadores, durante a sabatina, o fato “a escuta clandestina ser aos poucos transformada em cultura política”, disse.

Para Rocha, isso compromete a democracia e a política por lançar suspeita sob o diálogo.

AMAZÔNIANAREDE-FOLHAPRESS

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