Amazonas – Enquanto os órgãos não definem a atribuição da liberação da licença ambiental para permitir a execução das obras de manutenção da BR-319 (Manaus-Porto Velho), a rodovia vem sendo utilizada livremente por empresas de transporte de passageiros e de cargas leves. O que ainda impede o tráfego de caminhões e carretas são as pontes de madeira, por não suportarem o peso das cargas.
“Era para nós fiscalizarmos, mas como? Não temos nem carro. A pior coisa é ver a irregularidade e não poder fazer nada”, disse o agente de fiscalização Adalberto de Souza Lima, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). De acordo com Lima, a questão já foi reivindicada em Brasília, mas nenhuma ação prática foi executada, até o momento. “Recebemos a ordem, mas não tem quem faça a fiscalização. Aqui na agência somos só três funcionários”, relatou.
Trafego liberado
De acordo com o diretor-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsam), Fábio Alho, o tráfego da rodovia não está proibido. “A estrada não está 100%, mas está dentro do limite de trafegabilidade. São realizadas duas viagens semanais para Humaitá e também para Porto Velho”, disse.
Apesar da péssima condição, a empresa Eucatur está fazendo transporte de passageiros com destino a Porto Velho, pela BR-319. O único mês que a empresa suspendeu o serviço foi em novembro do ano passado, segundo informou o atendente de passagens Willian Rodrigues. “Dias de terça, quinta e sábado saem ônibus com 36 passageiros com destino a Porto Velho pela BR-319”, contou. Os preços das passagens são de R$ 210,45 para ida e de R$ 211,45, o retorno.
Transporte coletivo
De acordo com o diretor operacional da Aruanã, Flávio Willer, a empresa faz transporte de passageiros para os municípios de Humaitá, Lábrea e Manicoré e faz conexão com a Eucatur para Porto Velho, pelo menos, duas vezes na semana, apesar das péssimas condições da via. “A má vontade com essa estrada é fenomenal. Ser ambientalista morando em apartamentos luxuosos de frente para a Ponta Negra ou no Lago Sul em Brasília é fácil. Quero ver é morar na Comunidade Igapó-Açu, sem condição alguma, no meio do nada”, afirmou.
Segundo o executivo, a empresa sempre é fiscalizada pelos órgãos competentes e que opera regular.
O secretário-executivo do Sindicato das Empresas de Agenciamento, Logística e Transportes Aéreos e Rodoviários de Cargas do Estado do Amazonas (Setcam), Raimundo Augusto de Araújo informou que nenhuma empresa
associada ao sindicato se aventura na rodovia. “Pelo que eu saiba nenhuma transportada vem usando essa estrada há muito tempo”, completou.
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