Em língua ticuna, cartilha ‘Mulheres e Direitos’ chega ao Alto Solimões

Tabatinga, AM – A comunidade indígena Belém do Solimões, em Tabatinga, na fronteira do Brasil, Colômbia e Peru, foi o centro, nesta quarta-feira, 17 de abril, da campanha de lançamento da cartilha “Mulheres e Direitos”.

A publicação foi produzida em língua ticuna, a de maior representação no Amazonas, falada por mais de 30 mil indígenas.

Com o apoio do Governo do Amazonas, a campanha do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) busca sensibilizar a população para a redução da violência, a promoção da igualdade de gênero e a saúde da mulher.

Uma iniciativa inédita, a cartilha tem como principal alvo as comunidades indígenas do Amazonas. O coordenador geral da Unaids no Brasil, Pedro Chequer, disse durante o evento que a cartilha será uma ferramenta de fundamental importância no embate contra a violência que aflige as mulheres brasileiras.

“Muitas das mulheres indígenas sequer sabem o que caracteriza-se como violência, por acreditarem ser uma desvantagem do gênero e também por aceitarem a situação como parte da sua cultura”, destacou Chequer.

Lei Maria da Penha – Dutrante o lançamento da cartilha, a representante da Policia Civil de Tabatinga fez uma palestra para a comunidade abordando os principais aspectos da Lei Maria a Penha, com enfoque nos procedimentos para o encaminhamento de denúncias de violência doméstica.

Dados na Unaids mostram que, no Brasil, uma mulher é agredida a cada 5 minutos e que, em 80% dos casos reportados, o agressor é o marido, companheiro ou namorado. A violência doméstica também é a principal causa de morte e deficiência física entre mulheres entre 16 e 44 anos de idade, e mata mais que acidentes de trânsito.

Amazonaids – O Governo do Amazonas apoia a campanha por meio do Amazonaids (Plano Integrado da ONU em Apoio À Resposta à Aids nos estados do Amazonas e na Bahia). Coordenado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan), as estratégias do Amazonaids estão centradas na promoção do acesso universal ao diagnóstico e tratamento, promoção a saúde e prevenção das DSTs e fortalecimento dos movimentos sociais.

Desde 2008, por meio do Amazonaids, vem sendo realizados nas áreas de abrangência do programa, testes rápidos de diagnósticos de sífilis e HIV nas Unidades Básicas de Saúdes, além de cursos para profissionais da saúde e do serviço social nos três municípios do Alto Solimões.

A atenção com as populações indígenas foi priorizada no programa com a realização de testes rápidos para diagnóstico de sífilis e HIV em comunidades aldeadas do Alto Solimões e Vale do Javari. Cursos de capacitação de agentes indígenas de saúde e oficinas de sensibilização nas aldeias, mobilizações de adolescentes indígenas nas área de saúde, cidadania e prevenção de DST e HIV complementam as intervenções junto a essas populações.

Fonte – Agecom

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