O inverno em Boa Vista se transforma em um período desagradável para crianças e adolescentes que vão à escola, pois torna-se um desafio percorrer o caminho de casa até a escola em meio a poças de lama que se formam nas ruas, principalmente em frente às unidades de ensino.
É o caso dos alunos das escolas estaduais Professora Maria das Dores Brasil (13 de setembro), Professor Carlos Casadio (Centenário) e Professor Camilo Dias (Liberdade). A Folha foi até essas escolas e constatou que existem poças de lama em frente a essas unidades escolares. Algumas apresentam, inclusive, mau cheiro.
Os estudantes lamentam a situação que enfrentam todos os anos durante o período chuvoso. “Todo inverno é assim! Alaga toda a frente da escola”, afirmou uma estudante da Escola Maria das Dores. Segundo ela, para não se sujar tanto, às vezes é necessário que seu padrasto a leve de carro até o portão da escola. “Acredito que se a chuva se intensificar, a tendência é piorar e nós seremos os mais prejudicados. Isso me entristece!”, disse.
Outra estudante, que depende do transporte coletivo, disse que quando chove muito fica complicado andar do ponto de ônibus, que não tem estrutura, até o portão da escola. “O ponto de ônibus não tem banco nem cobertura. Nos dias que não está chovendo, o motorista para o ônibus na frente da escola. Mas quando chove, ele dá a volta bem mais à frente do portão para a gente descer, subir a calçada da escola e vir andando até a entrada. E isso quando dá”, comentou.
No ano de 2010, os alunos realizaram protestos em frente à escola. As reclamações eram as mesmas: uma imensa poça de lama na entrada da escola, além da reivindicação da construção de uma parada de ônibus, entre outras. A escola chegou a relatar a situação e enviar documento para a Secretaria de Educação do Estado e autoridades, mas alunos afirmam que nada foi feito.
CENTENÁRIO – Na Escola Carlos Casadio também já se formaram poças de lama na parte externa. A mãe de duas alunas, que preferiu não se identificar, reclama da falta de compromisso por parte dos órgãos públicos. “Quando chove muito e alaga é horrível! Minhas filhas saem de casa limpas e quando chegam aqui, sujam-se por causa da lama que se junta até próximo ao portão. A gente tem que aguentar a situação, já que reclamar não resolve nada”, afirmou.
LIBERDADE – Na escola Camilo Dias, os alunos estão passando pela mesma situação há um mês. Um aluno que estuda há quatro anos na unidade afirma que a única forma de entrar na escola é o pai subir com o carro na calçada, onde há menos lama. “É uma situação ruim, porque, mesmo descendo na calçada, eu me sujo um pouco e levo essa sujeira até a sala de aula. Às vezes fica um mau cheiro. Isso incomoda!”, relatou.
Segundo uma servidora, que não quis se identificar, de parte da rua Tenente Guimarães, onde fica localizada a unidade de ensino, foi retirado o asfalto para uma obra da Prefeitura, porém, como começou o período de chuvas, a obra foi interrompida.
Recentemente, a direção da escola reuniu-se com professores, pais e alunos, quando decidiram que a entrada seria feita por trás da unidade até que a obra seja concluída.
SEED – A Assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual de Educação e Desporto, por meio de nota, informou que algumas escolas solicitaram medidas reparatórias aos órgãos competentes, já que a parte externa não é de responsabilidade da Seed. “Em alguns casos, são adotadas medidas para minimizar os transtornos aos alunos”, afirmou.
PREFEITURA – A Folha tentou contato também com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Boa Vista para saber se já foram traçados planos para sanar os problemas enfrentados por essas escolas, mas não houve retorno.
Fonte: Folha BV