Boa Vista, RR – O aumento de 8% no preço da carne bovina vendida nos frigoríficos e supermercados do Estado, que foi anunciado na semana passada pela Cooperativa Agropecuária de Roraima (Coopercarne), pegou os consumidores de surpresa e não agradou.
Com o reajuste, a carne, que antes custava, em média, R$ 8,50 o quilo, passou a custar R$ 9,20. Já a arroba, que corresponde a 15 quilos de carne, era vendida por R$ 127,50 e agora custa R$ 138.
Segundo o presidente da Coopercarne, Disney Mesquita, o aumento já estava programado e os preços estão conforme a previsão. “Na verdade, esse valor é o que está sendo cobrado aos produtores. O consumidor paga aquilo que o mercado impõe, alguns repassam o aumento, outros conseguem absorver e cobrar mais barato, depende da margem com a que eles trabalham”, esclareceu.
O servidor público Monteiro Silva disse que ficou surpreso com o aumento nessa época do ano. “Há três anos compro carne apenas no supermercado porque quando vou ao açougue, percebo a diferença nos preços, que são muito maiores. Não entendo um aumento logo agora. Acho que poderiam ter esperado um pouco mais”, contou.
Monteiro ainda disse que apesar de ter sido pego de surpresa, entendeu que a inflação em cima de produtos consideráveis essenciais, como a gasolina, prejudica outros setores. “É compreensível apenas se for levar em consideração o preço da gasolina, que sofreu um aumento há poucos dias e deixa o transporte da carne mais caro”, frisou.
Já a aposentada Luzia Santos Chagas, 65 anos, contou que teve que cortar a carne da lista de compras com os novos preços. “Com certeza, não vou mais comer carne porque não dá mais para comprá-la. Do jeito que está, em breve muita gente também terá que se privar desse alimento”, disse.
Agora a aposentada busca alternativas para tentar fugir dos altos preços da carne bovina. “A pessoa que já é idosa e não tem condição nem de comprar o medicamento para sobreviver, como eu, não tem condições de arcar com esse aumento. Ficou difícil demais comprar carne. A gente vai levando de outro jeito: compra um frango, um peixe e até mesmo ovo, porque carne está muito difícil”, reiterou.
NOVO AUMENTO
Mesmo após a alteração na classificação da febre aftosa no Estado de alto para médio risco, em agosto deste ano o preço da carne bovina sofreu dois reajustes. A avaliação da Coopercarne era a de que após essa mudança os preços cairiam com os novos investimentos no mercado local. Porém, de setembro para cá, quando o reajuste foi de 7%, o preço da carne bovina subiu duas vezes.
Fonte: Folha BV