Dilma mira as críticas em FHC e Aécio diz que não tem medo do PT

23-10dilmaA presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), disse ontem, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso bateu recorde de desemprego em 2002, último ano de governo.

“Sabemos quem é que no passado desempregou. Sabemos quem é que bateu o recorde de desemprego em 2002: o governo de Fernando Henrique Cardoso”, disse ela, em rápido comício depois de um passeio em carro aberto nas ruas centrais da cidade. Segundo a presidente, o Brasil teve mais de 11 milhões de desempregados e perdeu naquele ano apenas para a Índia, com 41 milhões de desempregados.

As críticas foram direcionadas ao ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, cotado para ser ministro da Fazenda em caso de vitória do candidato do PSDB, Aécio Neves. “Está em jogo o salário mínimo que o candidato dele a ministro da Fazenda acha alto demais”, disse a candidata, sem citar o nome de Fraga.

Durante o evento, Dilma lembrou que a família da mãe dela viveu em Uberaba. “Numa eleição, a gente tem de voltar às raízes, olhar de onde e de quem saímos e eu saí do berço mineiro, saí dessa terra das Gerais”, afirmou a presidente, que nasceu em Belo Horizonte. Ela exaltou as políticas sociais do governo federal, repetiu que muito tem de ser feito pelo Brasil e pediu à cerca de mil pessoas presentes que defendam as conquistas: “Temos a única política dos últimos anos de construção de habitação, que é o Minha Casa, Minha Vida. Vamos transformar e trazer desenvolvimento para Minas Gerais e vamos à vitória no dia 26”, disse. A candidata do PT afirmou também que ainda há mais o que fazer nas áreas de saúde, educação e segurança, mas repetiu que os governos tucanos são os “do desemprego”.

A candidata fez campanha ao lado do prefeito de Uberaba, Paulo Piau (PMDB); do governador eleito de Minas, Fernando Pimentel (PT); do vice-governador eleito, Antônio Andrade (PMDB); do prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT); e do candidato ao Senado derrotado Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar. A presidente enumerou projetos de seu governo no Triângulo Mineiro, como Pronatec, Minha Casa, Minha Vida, ensino técnico e superior. Disse que já fez 20 mil casas em Uberlândia, mais 8 mil em Uberaba, e prometeu construir outras 12 mil para chegar ao mesmo número da vizinha cidade, argumentando que “essa é a boa disputa”, em uma referência à rivalidade dos dois municípios.

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Na reta final da campanha, durante três momentos ontem o candidato tucano à Presidência da República, senador Aécio Neves, partiu para a ofensiva. Em entrevista coletiva em Belo Horizonte, em comício para milhares de pessoas na Praça da Estação, no Centro da capital, e no programa horário eleitoral gratuito, rebateu acusações da campanha da adversária Dilma Rousseff (PT) e declarou que vai libertar o Brasil “de um governo que se apropriou do estado nacional em benefício de um pequeno grupo”. E afirmou: “A verdade vai vencer a mentira, as propostas vão vencer os ataques”.

Acompanhado da mãe, Inês Maria, do governador Alberto Pinto Coelho (PP), do prefeito Marcio Lacerda (PSB), do senador eleito Antonio Anastasia (PSDB), e entre lideranças de partidos aliados e deputados estaduais e federais, Aécio Neves anunciou: “São poucos, pouquíssimos dias que nos separam da libertação do Brasil. E se há 30 anos, o pai de minha mãe, o presidente Tancredo, nos libertou da ditadura, eu vou libertar o Brasil de um governo que se apropriou do estado nacional em benefício de um pequeno grupo e em detrimento dos interesses maiores da nossa gente”. O tucano afirmou que vai governar para unir o país “em torno de valores da ética e honradez” e, acrescentou, em torno de um “projeto de desenvolvimento e de justiça social”.

Aécio convocou os eleitores para, no sábado, véspera da eleição, vestirem-se de azul e amarelo e irem para as urnas pedir votos e convencer indecisos. “Vamos convencer o indeciso e mostrar que Minas não se curva à mentira e à ofensa. Está chegando a hora, e a hora é da verdade. Alguns não acreditam, mas, afirmo, a minha maior vitória vai ser em Minas Gerais”, apelou. Considerando-se já vitorioso pela campanha que acredita ter feito, o presidenciável insistiu na mobilização da militância.

Em resposta a ataques que diz ter sido vítima da campanha adversária, Aécio considerou que os eleitores vão escolher o país que querem viver: “Se no Brasil honrado, que respeita a sua história, porque constrói o seu futuro. Ou neste país da vergonha, da mentira, do achincalhe e das ofensas em que se transformou a campanha adversária”.

Durante o ato político, Aécio Neves recebeu manifesto de apoio de catadores de papel, artesãos, médicos e das vilas e favelas. Também manifestaram apoio artistas, entre eles, o mineiro Fernando Brant e a dupla César Menotti e Fabiano, além do ator Milton Gonçalves. Ao chamar ao microfone o cearense Raimundo Fagner, Aécio anunciou em provocação à adversária Dilma Rousseff (PT) que tem o seu melhor desempenho eleitoral no Nordeste: “Tem gente que acha que é dona do Nordeste. Com a palavra, esse cearense sangue bom”. Fogos de artifício e papel picado fecharam o ato político.

Fonte: Correio Web

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