Dilma e Aécio preparam confronto sobre eficiência, economia e corrupção

06-10doisBrasília – Com diferença apertada entre os dois candidatos, comparação de projetos, discurso econômico e troca de acusações sobre corrupção vão embalar a nova etapa da corrida presidencial.

A apenas três semanas da votação que de fato decidirá a eleição, os dois presidenciáveis que permanecem na disputa amanheceram nesta segunda-feira (6) numa corrida contra o relógio para alinhar estratégias do segundo turno. Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves(PSDB) iniciaram ontem à noite as primeiras conversas com suas equipes, que já se preparam para uma campanha dura na nova fase da corrida presidencial.

O lado de Dilma enxerga como seu maior desafio desmontar a imagem de “vencedor” do senador mineiro, cujo desempenho nas urnas ficou bem acima do que esperava o time petista. Do lado tucano, a ordem é buscar uma fórmula para manter a curva ascendente de Aécio, sem que ele seja abatido pelo tiroteio liderado pelo PT que atingiu Marina nas últimas semanas.

Em geral, líderes da campanha petista enxergam em Aécio um adversário mais “previsível”. O PT sabe de longa data como fazer o embate com o PSDB e pode investir na comparação entre os governos liderados pelos dois partidos. O problema, diz um alto integrante da campanha, é que, diferentemente do que ocorria com Marina, Aécio está numa curva de ascendência rápida. O tucano protagonizou uma retomada inédita na reta final do primeiro turno. E o risco, avalia o PT, é que o crescimento persista nas próximas semanas, agregando os votos dos eleitores de Marina.

O PT também não enxerga em Aécio as mesmas inconsistências que marcaram o discurso da candidata do PSB. Por isso, o partido acredita que ataques duros demais contra o tucano podem não render os mesmos resultados obtidos no embate com Marina. Os petistas entendem ainda que Aécio se mostrou bem preparado para responder aos ataques na reta final do primeiro turno. Um exemplo citado com frequência é o desempenho do candidato do PSDB no debate da TV Globo, realizado na quinta-feira que antecedeu a eleição.

Os ajustes finos no discurso de Dilma só serão feitos após um diagnóstico detalhado da eleição, a ser traçado nesta segunda-feira. Mas, até ontem, a avaliação de líderes petistas era a de que não dá para escapar de um discurso agressivo contra Aécio. Um dos fatores que alimentam essa avaliação é a diferença de votos registrados entre Dilma e Aécio na chegada ao segundo turno. O PT entendia que, se Dilma entrasse nessa etapa com algo em torno de 15 pontos de vantagem, o discurso deveria ser o de “vitoriosa”: comparar projetos e exaltar realizações do governo.

Campanha na rua

No PSDB de Aécio, o esforço será inteiramente voltado a manter o ritmo de crescimento dos últimos dias. A ordem é campanha na rua na hoje mesmo, a partir do horário em que volta a ser permitido – às 17h, 24 horas depois do encerramento da votação -, com cabos eleitorais fazendo distribuição maciça de material de campanha. “A partir de amanhã, estaremos em campanha, defendendo aquilo em que acreditamos”, afirmou Aécio ontem, após as urnas confirmarem sua permanência na corrida presidencial.

Essa estratégia incluirá também a participação de candidatos eleitos ou não nas disputas proporcionais. Também serão feitas estratégias específicas para estados em que governadores do PSDB ou apoiados pelo partido tenham sido eleitos. A ideia é otimizar a imagem dos quadros mais populares do tucanato para ajudar Aécio.

O PSDB avalia que a eleição no segundo turno será um tiro rápido e que, portanto, é preciso reforçar a polarização e intensificar o discurso anti-PT para atrair rapidamente os eleitores refratários ao partido da presidente. Ganha força o discurso de mudança no tom de que é preciso “virar a página do PT”. Para isso, Aécio deverá atacar em três grandes eixos.

O candidato tucano pretende explorar o aspecto econômico com ênfase na questão inflacionária sob a óptica do eleitor mais simples dizendo que inflação tira renda das pessoas. Fará questionamentos em relação à competência administrativa de Dilma ao explorar obras inacabadas e metas estabelecidas em 2010 e não cumpridas até o fim desse mandato. E também intensificará o discurso contra a corrupção associada ao governo petista, com destaque para o caso Petrobras, que deverá ter desdobramentos na CPI mista que investiga a estatal.

Fonte: IG

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