Cunha diz que Temer é sabotado pelo PT e defende sua saída da articulação política

Conversa ao pé-de-ouvido entre os dois políticos do PMDB
Conversa ao pé-de-ouvido entre os dois políticos do PMDB
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Brasilia – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusou nesta quinta-feira (2) o PT de sabotar a atuação do vice-presidente da República, Michel Temer, como articulador político do governo e defendeu que ele deixe o cargo.

“A articulação política está cada hora indo para um caminho equivocado. Michel Temer entrou para tentar melhorar essa articulação política e está claramente sendo sabotado por parte do PT. Acho até que, se continuar desse jeito, Michel deveria deixar a articulação política”, disse o presidente da Câmara.

Cunha também afirmou que a permanência de Temer na articulação do governo seria ruim para o PMDB, já que o governo não tem conseguido negociar com a base aliada.

O presidente da Câmara tem sido duramente criticado por parlamentares do PT após a “pedalada regimental” realizada na Câmara, que acabou por aprovar a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em crimes hediondos, homicídio doloso, lesão corporal grave e lesão corporal seguida de morte. O PT é contra a proposta e afirmou que Cunha tem sido autoritário.

Nos bastidores, há a suspeita de que Temer deixe a articulação após a aprovação de todo o pacote do ajuste fiscal no Congresso Nacional. Nesta semana, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) afirmou que o vice-presidente foi chamado para essa função para “uma missão”, sinalizando que Temer pode mesmo deixar o papel de negociador com a base do governo no Congresso.

Temer ainda não comentou a declaração de Cunha, mas o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) minimizou as acusações do presidente da Câmara.

“O governo da presidente Dilma valoriza a atuação do vice-presidente Michel Temer. Ele tem um papel fundamental na governabilidade”, afirmou Edinho.

Líder contesta Cunha

 

Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) contestou as declarações de Cunha. Para ele, não existe pressão do PMDB para a saída de Temer da articulação política. “O presidente [da Câmara] externou a posição dele e pronto”, afirmou. Para o petista, o vice-presidente da República, que assumiu a coordenação política após a saída de Pepe Vargas da Secretaria de Relações Institucionais, é um “ótimo articulador político”.

 

“Vamos continuar fazendo essa parceria para o bem da República e para o bem do Congresso Nacional”, disse. Apesar de admitir existir dificuldades “aqui e acolá” com a base aliada, ele negou qualquer crise entre o Palácio do Planalto e a Câmara. “Não tem esse negócio de crise.”

 

O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também saiu em defesa de Temer. Em nota, o ministro disse que a presença do vice-presidente na articulação política do governo representa “um gesto de desprendimento e sacrifício pessoal” e tem garantido “grandes resultados” na negociação com o Congresso Nacional para as votações do ajuste fiscal e do reajuste dos servidores do Judiciário.

“A larga experiência de Temer só tem contribuído para a boa gestão das finanças públicas e para superar episódios com diálogo e busca de entendimento”, afirmou Mercadante.

Amzonianarede-Foto on line

 

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