RIO DE JANEIRO – 21h30, no Sambódromo, no Centro do Rio. Nesta primeira noite de apresentação, o público poderá conferir o que Estácio de Sá, União da Ilha do Governador, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Grande Rio, Mocidade Independente de Padre Miguel e Unidos da Tijuca prepararam para este carnaval. Nas segunda-feira (8), outras seis escolas complementam os desfiles do grupo.
Quando a sirene tocar anunciando a entrada da primeira escola do Grupo Especial a pisar no Sambódromo do Rio, na noite de 7 de fevereiro para os 3.200 componentes da Estácio de Sá vai ser como o anúncio de uma grande celebração de fé, quase uma procissão de samba. Com as bênçãos da Arquidiocese doRio de Janeiro, a escola vai buscar o campeonato contando e história do santo mais querido dos cariocas: São Jorge.
No enredo “Salve Jorge! O guerreiro na fé”, de Chico Spinoza, Tarcísio Zanon e Amauri Santos, o Leão, símbolo da Estácio sai em busca da história do santo guerreiro na Capadócia, onde ele teria nascido. Da infância de São Jorge, passando por seu martírio até a sua adoração pelo mundo.
A escola presidida por Leziário Nascimento vai se apresentar com sete carros e um tripé e 3.200 componentes, divididos em 29 anos. A comissão de frente foi coreografada por Márcio Moura. O samba será interpretado por Wander Pires. A bateria tem o comando de mestre Chuvisco e traz como rainha Luana Bandeira. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira é formado por Márcio Souza e Alcione. A vermelho e branca do Morro de São Carlos foi campeã da Série A, do Grupo de Acesso, em 2015.
Às vésperas dos Jogos de 2016, os deuses do Olimpo decidem vir ao Rio para conhecer a cidade e ver se ela está preparada para o evento. Aqui chegando, eles logo se encantam não só com as belezas naturais e os pontos turísticos da cidade, como descobrem que o Rio tem vocação esportiva.
No enredo “Olímpico por natureza. Todo mundo se encontra no Rio”, os carnavalescos Paulo Menezes e Jack Vasconcelos mostram que sob o sol, uma pira olímpica natural, o carioca pratica muitos outros esportes, como surfe, voo livre, escalada, trekking, em praias, rios, florestas e montanhas, em paisagens encantadoras. E depois de conhecer o samba, vai ser difícil para os deuses voltar ao Olimpo.
A União da Ilha vem com 3.300 componentes, divididos em 33 alas e seis carros e um tripé. O samba é interpretado por Ito Melodia com a bateria comandada por Mestre Ciça. A rainha de bateria é a modelo Bianca Leão. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira é formado por Marcinho e Shayene. Em 2015, a escola ficou em nono lugar.
A Deusa Nilopolitana, como a escola é carinhosamente chamada, vai contar neste carnaval a história do político, poeta, professor, músico e escritor do Império, que dá nome a avenida dos desfiles: o Marquês de Sapucaí. E para contar a história do mineiro que por onde passou deixou um legado de prosperidade, a escola vai se apresentar luxuosa, como gosta.
Fran Sérgio, Laíla, Victor Santos, André Cezari, Claudio Russo, Ubiratan Silva e a pesquisadora Bianca Behrends assinam o enredo “Mineirinho genial! Nova Lima – cidade natal. Marquês de Sapucaí – o poeta imortal”, que conta da história do marquês desde o nascimento na época áurea da extração do ouro em Minas Gerais, passando pelo período como professor da Princesa Isabel e as benfeitorias que fez como político influente no Brasil imperial.
A escola também vai celebrar os 25 anos de carreira do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho e Selminha Sorriso e os 40 anos de avenida do intérprete Neguinho da Beija-Flor. Para isso vai desfilar com 3.900 componentes, em 40 alas e com sete carros e um tripé. A bateria sob a regência dos mestres Rodney e Plínio, tem como rainha Raíssa de Oliveira. Em 2015, a Beija-Flor foi a campeã do carnaval carioca.
Partindo de uma lembrança de infância do carnavalesco Fábio Ricardo, a Grande Rio vai fazer uma homenagem à cidade de Santos, do litoral paulista. E parte da uma cantiga de roda para lembrar a fundação da cidade cercada de lendas e mistérios, inclusive a que diz quem bebe das águas da Fonte do Itororó nunca mais quer deixar o lugar.
O enredo “Fui no Itororó beber água, não achei. Mas achei a bela Santos e por ela me apaixonei…” explica desde o motivo do nome da cidade, as disputas por pelas terras por, lembra as plantações de café e a influência portuguesa na arquitetura. Mas não esquece que Santos se transformou num celeiro de craques do futebol, onde surgiram Pelé, Neymar e Robinho.
A Grande Rio vai desfilar com seis carros e um tripé. Os 3.400 componentes estarão espalhados por 33 alas. A atriz Paloma Bernardi estreia como rainha da bateria, comandada por mestre Thiago Diogo. O intérprete é Emerson Dias e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Verônica Lima. A escola ficou na terceira colocação no ano passado.
Mocidade Independente de Padre Miguel
Um convite à reflexão é o que a Mocidade propõe neste carnaval. Para isso, convidou a personagem Dom Quixote de La Mancha para conhecer o Brasil. Mas como se trata de uma personagem do livro de Miguel de Cervantes, é através dos livros que ele começa a descobrir o país. Um lugar belo e aprazível, mas com tantas manchas em sua história quantos moinhos que, em sua mente, ele tem de enfrentar.
Os carnavalescos Alexandre Louzada e Edson Pereira dizem que o enredo “O Brasil de La Mancha: sou Miguel, Padre Miguel. Sou Cervantes, sou Quixote cavaleiro, pixote brasileiro” é um alerta para que não se cometa erros que marcaram nossa história, como escravidão, ditadura, ganância e corrupção, e uma mensagem de esperança de que a vida pode melhorar.
A Mocidade vai desfilar com sete alegorias e um tripé. Ao todo serão 3.800 componentes em 38 alas. O intérprete é Bruno Ribas e o mestre de bateria, Dudu. A rainha de bateria é Cláudia Leitte. O pavilhão da escola é defendido pelo mestre-sala Diogo Jesus e a porta-bandeira Cristiane Caldas. No carnaval passado, a escola ficou na sétima colocação.
A escola do Morro do Borel faz uma homenagem à cidade de Sorriso, no Mato Grosso, capital do agronegócio. Então, nada melhor do que cantar a terra, lembrar o solo sagrado, no qual em se plantando tudo dá. A Unidos da Tijuca começa seu desfile contam a história de lenda yorubá, que diz que o homem nasceu do barro.
E no enredo “Semeando Sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado”, os carnavalescos Mauro Quintaes, Annik Salmon, Hélcio Paim e Marcus Paulo aproveitam não só falar do desenvolvimento gerado pelo agronegócio na região, mas enaltecer a região e cultura popular, como as festas da colheita.
O intérprete Tinga vai puxar o samba tocado pela bateria comandada por mestre Casagrande. A rainha à frente dos ritmistas é Juliana Alves. A Unidos da Tijuca vai desfilar com seis carros, 3.500 componentes em 28 alas. Julinho e Rute formam o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Em 2015, a escola ficou com a quarta colocação.
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