China pode ultrapassar EUA como principal nação no espaço em 5 a 10 anos

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(Foto: Divulgação/CNSA -Administração Espacial Nacional da China) Fonte: D24am. Leia mais em https://d24am.com/mundo/china-pode-ultrapassar-eua-como-principal-nacao-no-espaco-em-5-a-10-anos/

Documento da Federação Espacial Comercial destaca rápido avanço chinês e cortes orçamentários na Nasa como fatores da mudança

Estados Unidos- Um relatório publicado na terça-feira (16) pela Federação Espacial Comercial, grupo que defende investimentos na indústria espacial dos Estados Unidos, alerta que a China pode superar os EUA na liderança da exploração espacial dentro de cinco a dez anos.

Intitulado “Redshift”, o documento de 112 páginas detalha o rápido crescimento da infraestrutura espacial chinesa, incluindo sua nova estação espacial, megaconstelações de satélites e planos para colonizar a Lua.

O relatório aponta que a China avança em várias frentes simultaneamente, com investimentos crescentes e parcerias internacionais. Em 2023, o país destinou US$ 2,8 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) a empreendimentos espaciais comerciais – 17 vezes mais que em 2016, quando o orçamento foi de US$ 164 milhões (R$ 869 milhões).

Além disso, a China opera seis portos espaciais e planeja expandir sua capacidade de lançamentos, rivalizando até mesmo com empresas como a SpaceX, do bilionário Elon Musk, que atua em conjunto com a Nasa, a agência espacial dos EUA.

Corrida para a Lua

A China planeja levar astronautas à Lua até 2030, enquanto as missões Artemis da Nasa, que visam o mesmo objetivo para 2027, enfrentam atrasos devido a cortes orçamentários e problemas técnicos com o foguete Starship, da SpaceX.

Nesse sentido, o relatório diz que a China já alcançou marcos importantes, como o mapeamento detalhado da superfície lunar e a coleta de amostras lunares históricas.

O país asiático também projeta construir uma base lunar com reator nuclear até 2036. A ideia é que a instalação abasteça a Estação Internacional de Pesquisa Lunar, rival do programa Artemis.

Estação espacial e satélites

Com a estação espacial Tiangong, concluída recentemente, a China se prepara para dominar a órbita baixa da Terra após a desativação da Estação Espacial Internacional (EEI), prevista para 2030.

A Nasa não planeja substituir a EEI diretamente, enquanto a China já desenvolve megaconstelações de satélites para competir com a rede Starlink, da SpaceX, e pretende criar um telescópio espacial semelhante ao famoso James Webb.

Ameaça aos EUA

O relatório atribui o avanço chinês a políticas estratégicas, como o “Documento 60”, de 2014, que permitiu a empresas privadas chinesas acessar tecnologia estatal e receber financiamento para a execução de projetos.

A iniciativa “Rota da Seda Espacial” também ampliou a cooperação com países como Rússia, Índia e Japão, em uma parceria que já resultou em mais de 80 projetos internacionais. “A China está ditando o ritmo e redefinindo a liderança no espaço”, afirmam os autores.

Enquanto isso, os EUA esbarram em dificuldades. Durante uma audiência no Comitê de Comércio do Senado, no início de setembro, Jim Bridenstine, ex-administrador da Nasa, alertou que os cortes orçamentários recordes impostos à agência dificultam a competição com o cronograma chinês.

Por causa dos cortes no orçamento, o número de servidores da agência deve cair de cerca de 18 mil para aproximadamente 14 mil — uma redução de pouco mais de 20%.

Dave Cavossa, presidente da Federação de Voos Espaciais Comerciais, afirmou ao site especializado Ars Technica que os EUA “ainda lideram em muitas áreas, mas os chineses estão avançando rápido e podem nos ultrapassar se nada for feito”.

“Achei que entendia o programa espacial deles há três anos, mas quase tudo mudou. É impressionante”, enfatizou Jonathan Roll, coautor do relatório e analista da Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, ao site.

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Do R7 Portal d24am

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