Centenários, Caprichoso e Garantido homenageados no Senado

Ao homenagear os cem anos do Boi Caprichoso e do Boi Garantido, principais personagens do Festival Folclórico de Parintins, declarado patrimônio cultural do Estado do Amazonas, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que o evento é “uma verdadeira ópera a céu aberto”.

Ela ressaltou que o festival tem origens ibéricas e chegou à Amazônia por meio dos migrantes nordestinos. Durante a homenagem, realizada pelo Senado nesta segunda-feira (19), houve uma apresentação com os dois bois-bumbás.

A sessão especial, aberta pelo vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RO), foi solicitada pelos três senadores do Amazonas: além de Vanessa, Alfredo Nascimento (PR) e Eduardo Braga (PMDB), que já foi governador do estado.

Mistura cultural

Alfredo Nascimento disse que a formação étnica do amazonense “é um maravilhoso mix de elementos indígenas, africanos e europeus, e é dessa mistura que vem a efervescência e a originalidade do povo amazonense e de sua cultura popular”.

– São essa exuberância e essa originalidade que nos reúnem aqui, hoje, para celebrar o centenário dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido – acrescentou.

Durante o festival, que acontece sempre em junho e dura três dias, dois grupos competem entre si por meio de apresentações: o do Boi Garantido, que utiliza a cor vermelha, e o do Boi Caprichoso, de cor azul.

O evento, que atrai milhares de pessoas de todo o país e do exterior, é realizado em uma espécie de estádio com formato de cabeça de boi. A sede do evento, Parintins, é uma cidade localizada em uma ilha do Rio Amazonas, a cerca de 400 quilômetros de Manaus.

Vanessa Grazziotin frisou que essa é a festa popular de maior expressão entre os amazônidas. Para a senadora, o festival “é um épico que revela o povoamento e a fundação da Amazônia, ao mesmo tempo em que demonstra como uma tradição de matriz múltipla, como o bumba meu boi, pôde se desenvolver em busca da novidade e da invenção”.

– Ao bumba meu boi do Nordeste juntaram-se elementos indígenas e daí surgiu o boi-bumbá de Parintins, no Amazonas – explicou ela.

Importância econômica

Alfredo Nascimento lembrou que, além da dimensão sociocultural, o festival é importante para a economia do estado, “já que é capaz de arrastar para a região milhares de pessoas a cada ano, fomentando o turismo, principalmente o decorrente da vinda de estrangeiros”.

– Para que se tenha uma ideia, cada edição da festa injeta, em média, mais de R$ 60 milhões na economia do Amazonas – observou Nascimento, salientando que “nem mesmo as recentes crises na economia mundial e as enchentes na região interferiram no sucesso do festival”.

Participação

A homenagem no Senado contou com a participação de senadores de outros estados: Ana Amélia (PP-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF), João Durval (PDT-BA), José Agripino (DEM-RN). A senadora Ana Amélia destacou que segundo estimativa da Amazonastur, o evento leva anualmente mais de 70 mil turistas a Parintins e acrescentou que o festival de Parintins é mais do que patrimônio do Amazonas, “é um patrimônio brasileiro”. Ela contou que o boi-bumbá foi resgatado no Rio Grande do Sul, no município de Encruzilhada do Sul, há mais de 40 anos, por Firmino Silveira e pelo historiador Humberto Fossa.

Também participaram da sessão especial o deputado federal Átila Lins (PSD-AM); o vice-prefeito de Parintins, Carmona Oliveira; o jornalista e diretor artístico do boi-bumbá Garantido, Frederico Daniel Rolim Góes; e a integrante do Conselho de Arte da Associação Folclórica boi-bumbá Caprichoso, Larice Butel.

(Amazonianarede – Ag. Senado)

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