Caso assuma o Governo, Temer deve cortar dez ministérios

Temer, se assumir o Governo, deve enxugar a máquina administrativa, com o corte de dez ministérios

 

Temer, se assumir o Governo, deve enxugar a máquina administrativa, com o corte de dez ministérios
Temer, se assumir o Governo, deve enxugar a máquina administrativa, com o corte de dez ministérios

Brasilia – Depois do desgaste que sofreu por abandonar a proposta de fazer um forte enxugamento na máquina pública caso assuma o Planalto, o vice Michel Temer acertou nesta segunda (9) o novo desenho da Esplanada dos Ministérios, que passaria a ter pelo menos dez pastas a menos.

Temer chegou a admitir que, diante de pressões dos aliados, poderia cortar somente três ministérios. Criticado publicamente e reprovado em pesquisas de opinião, decidiu voltar atrás e retomar o plano de promover uma série de cortes. Agora, deve reduzir o número de ministérios de 32 para 22.

Entre as justificativas dadas anteriormente para desistir da redução de pastas, o vice chegou a citar as dificuldades para cortar ministérios da área social. Voltou atrás até neste ponto.

No formato acertado com sua equipe, o vice, que assumirá se o Senado aprovar o afastamento da presidente Dilma Rousseff, decidiu fundir a Secretaria de Direitos Humanos com o Ministério da Justiça, que passará a ser chamado de Ministério da Justiça e Cidadania. Este era o desejo inicial dele.

Entre as novidades está ainda a decisão de desmembrar o Ministério do Trabalho e Previdência Social. A primeira área segue como ministério. A segunda será incorporada pelo Ministério da Fazenda, que ficará responsável por elaborar a reforma previdenciária.

Temer decidiu também fundir os ministérios das Comunicações com Ciência e Tecnologia, e do Desenvolvimento Social com Desenvolvimento Agrário. As secretarias especiais de Portos e Aviação Civil serão incorporadas ao Ministério dos Transportes, como ele também planejava inicialmente.

O Ministério da Educação vai incorporar o Ministério da Cultura, como antecipou a Folha na edição desta segunda (9). Com isto, o ex-deputado Roberto Freire (PPS-PE), convidado para a pasta, deve perder lugar na Esplanada. O PPS, entretanto, será contemplado com a nomeação de Raul Jungmann na Defesa.

TUCANOS

O corte também deve afetar os espaços que o PSDB pleiteava na nova gestão. Apesar do discurso público de que não pede cargos em troca do apoio, o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (PSDB-MG) se encontrou com Temer na noite de domingo e disse que a legenda não reconhecia as nomeações de José Serra em Relações Exteriores e Alexandre de Moraes na Justiça como parte da cota da sigla.

Aécio trabalhou pessoalmente para fazer de Tasso Jereissatti (PSDB-CE) ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, além de Bruno Araújo (PSDB-PE) titular de Cidades. A campanha acirrou o clima interno no PSDB. Tasso, então, declarou nesta segunda que não é nem será “candidato a ministro”.

Perdem ainda status de ministério a AGU (Advocacia-Geral da União), o Banco Central, a Secretaria de Comunicação Social e a Chefia de Gabinete da Presidência.

Dentro desta nova configuração, que assessores acreditam ser a definitiva, o vice-presidente vai fechar as negociações com os partidos aliados. Já estão certos, na equipe, Eliseu Padilha (Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Henrique Meirelles (Fazenda).

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