S.Paulo – Internado desde sexta-feira (29) devido a um infarto agudo do miocárdio, o ex-jogador Walter Casagrande Júnior, 52, foi transferido da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para o quarto, segundo boletim médico divulgado pelo Hospital TotalCor, na manhã deste domingo (31).
De acordo com o informativo, o comentarista da TV Globo segue com quadro estável de saúde e evolui positivamente ao tratamento.
Casagrande foi internado na sexta-feira após sentir fortes dores no peito. Apesar de relutar no início, o ex-atleta aceitou ser levado para um hospital da região, de onde foi transferido para o TotalCor, em São Paulo.
Ele passou por um cateterismo e uma angioplastia (exame que determina localização da obstrução coronária e tratamento não cirúrgico desta obstrução, respectivamente), ambas com sucesso.
Pela internet, amigos postaram mensagens de apoio a Casagrande. “Saiba que tem um amigo torcendo por sua recuperação”, escreveu o ex-jogador Neto. Pelo Twitter, o Corinthians também pediu “forças” ao seu ídolo.
Em 2007, Casagrande esteve internado por uso de drogas, mas não há relação disso com o problema ocorrido na sexta-feira. Ele passava por uma fase saudável, além de seguir com acompanhamento da clínica onde fez sua reabilitação.
Biografia
Casagrande defendeu o Corinthians nas décadas de 80 e 90, quando fez parte do período conhecido como Democracia Corinthiana. Também atuou por Caldense, São Paulo, Flamengo, Porto (Portugal) Ascoli e Torino (Itália), além de defender a seleção brasileira na Copa do Mundo de 86, no México.
Em 2007, o ex-jogador foi internado por dependência de drogas e ficou afastado das atividades na televisão por quase dois anos. Superado este período, lançou o livro “Casagrande e Seus Demônios”, no qual relata sua luta contra o vício.
O uso de doping no futebol, os dias de luta na Democracia Corinthiana, overdoses provocadas por uso de cocaína e heroína e o período de mais de um ano internado em uma clínica de reabilitação são detalhados em sua biografia, lançada em 2013.
No livro, o ex-jogador e comentarista da TV Globo conta em detalhes sua trajetória no Corinthians e na seleção brasileira, o uso e de drogas injetáveis e as consequências dele e o sistema quase prisional da clínica em que viveu.
O episódio da internação foi resultado de um acidente de carro em 2007, quando o ex-jogador dormiu ao volante e se envolveu em uma batida com outros seis carros em São Paulo.
O livro conta que, durante sua fase mais pesada, em uma noite cheirava três carreiras de cocaína, aplicava heroína na veia e fumava um cigarro de maconha, tudo acompanhado de tequila.
Durante sete dos 13 meses em que esteve na clínica, Casagrande ficou sem contato com amigos e parentes.
Longe das drogas, o ex-jogador conta na biografia que leva uma vida totalmente diferente, distante das noitadas e com um restrito círculo de amizades.
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