Carlos Souza renuncia ao mandato na Câmara dos Deputados

29-10carlosManaus – Na manhã desta quarta-feira (29), o deputado Carlos Souza (PSD-AM) renunciou ao mandato. A carta de renúncia foi lida em Plenário pelo deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), que estava presidindo a sessão.

No documento, Souza afirma que decidiu renunciar ‘após profunda reflexão’ por não ter sido reeleito nas eleições do início de outubro.

“Sinto-me desmotivado para continuar no exercício do cargo, preferindo deixar o mandato consciente da minha atuação amplamente reconhecida”, disse o deputado. “Por compreender o recado das urnas, não me sentiria confortável em permanecer mais esses meses sem corresponder às expectativas em mim depositadas pelo povo amazonense, a quem agradeço de coração a confiança e o carinho”.

Carlos Souza estava no terceiro mandato na Câmara dos Deputados. Quem assume no seu lugar é Luiz Fernando Sarmento Nicolau, também do PSD, que já foi deputado federal, quando utilizava o nome parlamentar de Dr. Luiz Fernando.

O suplente terá 30 dias para assumir ao mandato, que encerra no dia 31 de janeiro de 2015.

Vice-líder do PSD na Câmara, Carlos Souza é réu em processo prestes a ser julgado no STF, que apura sua ligação com quadrilha acusada de exibir seus próprios crimes em programa de TV. O processo foi incluído na pauta de julgamentos, no último dia 28, da Segunda Turma. Com a renúncia, o processo deve retornar ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), pois o réu perde o direito ao foro privilegiado.

Ele é suspeito de pertencer à quadrilha liderada pelo irmão, o ex-deputado estadual Wallace Souza (morto em 2010), que ganhou notoriedade após ser acusado de participar de crimes – incluindo homicídio – que depois eram exibidos em seu programa de TV. Carlos Souza é réu na Ação Penal 671, em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), por associação ao tráfico de drogas.

Ex-vice-prefeito de Manaus, ele e outro irmão, o hoje deputado estadual Fausto, também eram apresentadores do programa Canal Livre. Os dois tiveram seus nomes incluídos no processo posteriormente, após os investigadores apontarem elementos de que eles conheciam e participavam do esquema.

Segundo a denúncia, eles se utilizavam do programa para obter informações privilegiadas sobre o funcionamento de bocas de fumo de traficantes rivais e planejavam as reportagens para prejudicar o comércio ilícito de drogas realizado pelos concorrentes. Uma testemunha acusou o deputado de ter lhe encomendado o assassinato de um traficante.

Por causa desse processo, que acumula quase 6 mil páginas, Carlos chegou a ficar uma semana preso, em dezembro de 2009. Os irmãos também são acusados de ter a campanha eleitoral financiada por traficantes. No STF, Carlos responde ainda a dois inquéritos (3389 e 3166) por crimes eleitorais e contra a administração da Justiça. O deputado foi eleito em 2010 com 112 mil votos, quinta maior votação do Amazonas. Em 2011, trocou o PP pelo recém-criado PSD, do qual é um dos vice-líderes na Câmara. Por meio da assessoria, o deputado disse ao Congresso em Foco que não comenta as denúncias.

Fonte: Portal D24AM

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