Capote Eleitoral

*Osny Araújo

A senadora Vanessa Grazziotin, (PCdoB), que no passado foi ferrenha adversária do senador Eduardo Braga, foi derrotada nas urnas para a Prefeitura de Manaus com o apoio de cerca de uma dezena de partidos, o que ampliou o seu horário nos programas políticos de radio e TV e ter a chancela de grandes “caciques” da política amazonense, como o senador Eduardo Braga, governador Omar Aziz e ainda a forte participação na campanha do ex-presidente Lula, da presidente Dilma, de ministros e de discursos de senadores a seu favor, tornou-se sim, uma gigante, numa disputa onde apenas estavam no primeiro turno o líder político Arthur Neto, (PSDB) e o aspirante a líder, vereador Hissa Abraão, com o apoio do povo derrotaram a poderosa chapa nas urnas.

É como na história bíblica onde o pequeno Davi derrotou o gigante Golias. Vitória como essa em jogo de dominó, tem o nome de “capote” quando o adversário não atinge a metade dos pontos de uma partida.

Na verdade, as eleições municipais deste ano, mostraram que os políticos, como a senadora Vanessa e outros precisam mudar o jeito de fazer política e contratar marqueteiros sérios para atuar na campanha, buscando levar para o povo, informações, projetos e propostas dos candidatos e não foi o que vimos na campanha de Vanessa.

Desde o inicio da campanha, a comunista, que nos programas eleitorais falava muito o nome de Deus, partiu para o ataque aos adversários e no final deixou focada em Arthur e Amazonino, fazendo comparações absurdas e esquecendo-se de mostrar propostas para administrar Manaus, a não ser as obvias que nem precisavam ser anunciadas, por serem de responsabilidade de qualquer prefeito.

Artur, com inteligência caminhou na contramão do comportamento exercido por Vanessa, não se utilizou de armações, não produziu factoides e fez a sua campanha com respeito ao povo e aos adversários e no final, já contando com o apoio de ex-adversários como Serafim Correa (PSB), Pauderney Avelino, (DEM) e Henrique Oliveira, (PR), venceu de goleada a sua adversária que a essa altura contava com mais o “valioso” apoio de Sabino Castelo Branco, (PTB).

Além das agressões e armações, Vanessa cometeu outro grave pecado. A sua campanha toda foi feita em cima do que poderia fazer como apoios do governador Amazonas Aziz e da presidente Lula, como se esse apoio fosse uma exclusividade dela e não lembrou que esses cargos são institucionais e sem nenhuma dúvida, talvez comum pouco mais de dificuldades, Artur certamente estabelecerá essas parcerias. Isso se chama política.

O fato, é que fazendo uma análise mais profunda, o maior derrotado nessa história nem pode ser considerada a senadora Vanessa Grazziotin, que continuará no Congresso Nacional e sim o senador Eduardo Braga, líder do Governo no Congresso e que armou uma estratégia para aumentar o seu poderio político no Estado e deu zebra e quem saiu altamente fortalecido dessa batalha política foi o ex-senador e agora prefeito eleito de Manaus Artur Virgílio Neto e isso, muda completamente a história recente que começava a ser escrita no Amazonas sem a sua participação. Ele está de volta e com muita força.

Conheço política há muitos anos, pois como jornalista dediquei metade da minha vida a abordar esse tema, por isso, posso afirmar que certamente, independentemente de orçamento ou não, o Artur e nenhum político, cumpre com tudo o que promete, mas pelo menos, mostraram conhecimento dos problemas e com certeza muitas coisas serão feitas e a senadora Vanessa, que abriu a sua campanha pregando amor a Manaus e ao Amazonas quando vinda do sul desembarcou em Manaus, tem a obrigação política de ajudar a melhorar as condições da cidade, capital do Estado que a abrigou com tanto carinho e lhe deu projeção política nacional.

O povo não é partido político, o povo é a sociedade e somos todos nós e os políticos, eleitos pelo povo, tem sim, que trabalhar a favor da sociedade. Dessa disputa eleitoral, a experiente senadora Vanessa, que sempre lutou pela democracia desde os tempos de universidade, deve ter apreendido a lição de que a partir da redemocratização do País, presidente, governador senador ou quem quer que seja não impõem candidatos é a vontade soberana do povo que determina tudo.

Naquele tempo sim, os governadores dos Estados e os prefeitos das capitais eram escolhidos pelo presidente da República e pelos governadores dos – respetivamente, mas graças há Deus esse tempo já vai longe.

Ao final deste comentário, quero desejar ao prefeito eleito de Manaus Artur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto, uma feliz e profícua administração e que já durante a Copa, tenhamos uma Manaus mais acolhedora, humana, bonita e sem a presença dos incômodos camelôs que transformam o centro histórico da cidade numa grande favela, numa das mais terríveis imagens para serem gravadas pelas lentes dos nossos visitantes. Por fim, que parabenizar o TRE, AM e a Segurança Pública do Estado que proporcionaram a Manaus uma eleição, tranquila e ordeira e desejar uma feliz administração a partir de 1º de Janeiro de 2013, prefeito eleito Artur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto.

(Postaagem simultânea nos sites: Noticianahora, Amazonianarede, Tadeudesouza e blog Jornalismo Eclético).
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: [email protected] 

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