Brasília – “Cabeça de Mulher”. Este será o nome da campanha que será lançada em breve pela vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. Para apresentar as bases do programa, a magistrada convocou uma reunião neste final de semana, com todos os presidentes de Tribunais de Justiça, quando foram debatidas estratégias para intensificar a campanha em todo o país
A presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargadora Graça Figueiredo, participou da reunião, que aconteceu no gabinete da ministra Cármen Lúcia. Ao sair da reunião, Graça Figueiredo disse que, em 2015, a campanha “Justiça pela Paz em Casa – Essa Nossa Justa Causa”, mobilizou magistrados e servidores de tribunais de Justiça de todo o Brasil para o julgamento de ações relacionadas à violência doméstica contra a mulher.
— No Amazonas, a campanha realizou mais de 600 audiências de instrução. E a ministra Cármen Lúcia veio a Manaus receber pessoalmente o balanço da campanha, que ocorreu no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) – informou a desembargadora.
Graça Figueiredo explicou que a nova campanha “Cabeça de Mulher”, que será lançada em agosto, é uma espécie de “braço” da primeira – “Essa Nossa Justa Causa” –, só que de forma mais complexa, porque prevê assistência psicológica às mulheres vítimas de violência doméstica.
Para a ministra Cármen Lúcia –, que deverá assumir a presidência do STF em setembro –, enquanto houver uma mulher no planeta sofrendo agressão, “todas nós estaremos sendo agredidas”.
Em seus discursos, Cármen Lúcia costuma repetir que somos uma sociedade machista. Entre as vítimas de violência doméstica no Brasil, 73% foram agredidas por pessoa do sexo oposto com quem conviviam intimamente. Destas, 26% ainda convivem com o agressor e 14% delas continuam sendo vítimas de agressões.
O ciúme e o álcool continuam sendo apontados como os principais agentes causadores de violência por 21% e 18% das mulheres agredidas. Os dados são da Pesquisa sobre Violência Familiar e Doméstica Contra a Mulher do DataSenado, que ouviu por telefone 1.102 brasileiras de todos os estados, entre 24 de junho a 7 de julho.
— Quem planta tristeza, colhe depressão. Quem planta corrupção, colhe crime. Quem planta roseira, colhe alegria. Cada um escolhe o que vai plantar nessa vida. Eu estou plantando o Direito para ver se colho a Justiça. Se não der certo para mim, que os outros que venham depois possam sonhar, como eu, com um Brasil mais justo para todo mundo. E que nós, homens e mulheres, saibamos conviver como grandes companheiros e amigos —, disse a vice-presidente do STF quando fez o pré-lançamento da terceira edição da campanha “Justiça pela Paz em Casa”, em 2015, liderada por ela em todo o país com o objetivo de combater a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Amazonianarede-Ascom/Tjam