Boca de urna: Eleições no Peru terão 2º turno com Keiko Fujimori na frente

Keiko Fugimoro, a caminho da presidência do Peru

 

Keiko Fugimoro, a caminho da presidência do Peru
Keiko Fugimoro, a caminho da presidência do Peru

Pesquisas de boca apontam que Keiko Fujimori saiu à frente nas eleições presidenciais do  Peru neste domingo (10) e que a disputa irá para 2º turno. Em segundo lugar, aparecem tecnicamente empatados o ex-ministro Pedro Pablo Kuczynski e a congressista Verónika Mendoza. Segundo pesquisa do Instituto Ipsos, Fujimori tem 37,8% dos votos válidos, Kuczynski 20,9% e Mendoza 20,3%. A pesquisa da empresa GFK tem resultados similares, enquanto a da TPI dá uma pequena vantagrem a Kuczynski, com 19,7% dos votos, enquanto Mendoza aparece com 18,8%.

Estes números extraoficiais são os primeiros divulgados após o fechamento dos centros de votação, aos quais foram convocados hoje mais de 22 milhões de peruanos.

 

Todas as empresas pesquisadoras assinalaram que, dado o empate técnico na segunda posição, será preciso esperar os dados oficiais, que o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) começará a divulgar a partir de 21h (horário local, 23h de Brasília).

Preferência por Keiko

As pesquisas de intenção de voto já apontavam a preferência dos eleitores pela filha do ex-presidente Alberto Fujimori, de 75 anos, que está preso. Ele cumpre uma pena de 25 anos por corrupção e crimes contra a humanidade perpetrados durante seus dez polêmicos anos de governo (1990-2000). A família do patriarca continua marcando a vida política do país.

Durante este período, em que declarou uma guerra implacável ao Sendero Luminoso e com a ajuda de seu braço direito, Vladimiro Montesinos, o país viu-se tomado por todo tipo de violações dos direitos humanos, subornos, chantagens e corrupção. Como na melhor das novelas mexicanas, não faltaram nepotismo, traições, amores e intrigas.

Com um sobrenome e uma história que provoca a fúria entre alguns peruanos e a adoração de outros, Keiko tem registrado o apoio constante de cerca de um terço dos peruanos nos últimos dois anos, mas também enfrenta uma crescente oposição.

O \peru, tem 23 milhões de eleitores
O \peru, tem 23 milhões de eleitores

Keiko promete implementar uma agenda de investimento público que inclusive usará os fundos de estabilização fiscal para realizar projetos de infraestrutura que conectem o país, como a construção de estradas, e levar serviços básicos a areas pobres.

Kuczynski x Mendoza

Kuczynski, candidato de centro-direita partidário do livre comércio, promete reduzir o imposto geral das vendas de 18% para 15% para potencializar a formação do sistema de contribuição das pequenas empresas e beneficiar os consumidores com preços mais baixos.

Num crescimento recente, Veronika Mendoza, parlamentar de esquerda de 35 anos, tem conquistado o apoio de eleitores indecisos com promessas de “mudança radical” em relação ao modelo econômico de livre mercado dos últimos 25 anos, um desdobramento que tem causado arrepios no mercados de câmbio e de ações locais.

Mendoza quer aumentar gastos, elevar impostos e fazer com que o Peru, que deve se tornar o segundo maior fornecedor do mundo de cobre neste ano, seja menos dependente das empresas de mineração globais, que, segundo ela, merecem políticas ambientais mais duras. “Nós não achamos que nós devemos continuar a ser um mero depósito de rochas e matéria-prima”, declarou ela.

Cenário turbulento

O cenário de candidaturas desta campanha presidencial foi turbulento. A disputa começou com 19 candidatados em janeiro, mas, desde então, muitos renunciaram ou foram expulsos pela nova lei eleitoral, restando 10 aspirantes.

Dois candidatos importantes – César Acuña e Julio Guzmán – foram excluídos da corrida presidencial, levando o chefe da Organização dos Estados Americanos a alertar que eleições seriam “semidemocráticas” e criando suspeitas de que a medida de forma injusta favorecera Fujimori.

Amazonianarede-Sistema Globo

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