Boa Vista: Alunos concluem projeto de tratamento alternativo de esgoto doméstico

Amazonianarede – Folha BV

Em Roraima já existe uma residência que trata de todo o seu esgoto doméstico de forma ecologicamente correta. Isso foi possível depois que alunos da escola Tancredo Neves, no bairro do mesmo nome, participaram de uma atividade prática da disciplina de química sobre tratamento sustentável de esgoto sanitário.

Após sete meses de implantação do modo alternativo de tratamento de esgoto em uma residência, localizada no residencial Pérolas do Rio Branco, os alunos visitaram esta semana o lugar para avaliar a atividade que teve início em abril, com a construção de uma Bacia de Evapotranspiração (BET) e um Círculo da Bananeira.

Para a estudante Keilla Araújo, a experiência foi interessante, pois as atividades práticas são absorvidas com mais facilidade por quem está envolvido no processo. “Além do prazer que a gente sente quando vê que o projeto está funcionando de verdade”, completou o colega Felipe Santos.

E a experiência deverá ser desenvolvida em outras residências pelos próprios alunos. “Estou pensando em construir na minha casa”, disse Ailson Silva, ressaltando, inclusive, a possibilidade de oferecer os serviços para quem tiver interesse em saber como é feita a Bacia de Evapotranspiração.

A iniciativa de construir um tratamento alternativo de esgoto sanitário partiu da acadêmica do curso de Química da Universidade Estadual de Roraima (Uerr), Luana Coutinho, que está utilizando essa pesquisa como base para o seu trabalho de conclusão de curso, que será no próximo ano.

Durante a disciplina de Estágio I e II, a acadêmica apresentou as duas alternativas para destinação do esgoto doméstico de forma ecologicamente correta como parte das atividades que os alunos deveriam realizar durante o semestre.

Eles aprenderam como construir a bacia e o círculo da bananeira, além de como acontece o processo químico de transformação dos dejetos fecais que são devolvidos para a natureza como forma de irrigação de plantas frutíferas.

Construção da fossa ecológica foi feita pelos alunos

Após esse período, os alunos puseram a mão na massa e construíram a BET e o Círculo da bananeira. Para a construção, inicialmente foi preparada a parte da escavação da bacia que mede 2m de largura, 4m de comprimento e um metro de altura, metragem necessária para a família de quatro pessoas.

Houve após essa etapa, a montagem das camadas de pneus, restos de tijolos, telhas, seixo, areia e terra preta. Por cima, os alunos plantaram bananeiras.

“A Bacia é uma caixa impermeabilizada que une diferentes sistemas num mesmo espaço: a fossa, o filtro e uma área de evapotranspiração formada com plantas que potencializam a capacidade de evaporar, geralmente a bananeira ou a tajazeira, o mamoeiro e a taioba, plantas de folhas largas”, explicou Luana.

Além da bacia, que é destinada para receber os dejetos do vaso sanitário, os alunos também construíram o Círculo da Bananeira nessa mesma residência. O círculo é utilizado para a destinação ecologicamente correta das águas cinzas, que são as que saem pelo ralo do banheiro, dos tanques de lavar roupa e da pias da cozinha.

Todo esse trabalho teve um custo baixo. Conforme a estudante de Química, os alunos utilizaram um total de R$ 850,00 para fazer as duas alternativas de destinação do esgoto doméstico. “Os tratamentos alternativos de esgotos são uma alternativa para a cidade de Boa Vista, por resolver de forma eficiente e de baixo custo os problemas de contaminação do solo, que afeta a saúde das pessoas, além de evitar a contaminação dos rios”, ressaltou Luana.

A próxima etapa do trabalho da estudante serão as análises da água que está irrigando as bananeiras para verificar o nível de transformação da amônia em nitrato. “Algumas amostras serão retiradas de dentro da bacia para um acompanhamento. Mas já é visível que está dando certo, pois as bananeiras estão aí frondosas e grandes para comprovar”, frisou.

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