São Paulo – Em meio a tantos combates definitivos que Vitor Belfort lutou na carreira, o carioca vive mais um momento-chave neste sábado. Aos 38 anos, ele vem da amarga derrota para Chris Weidman, em que começou bem o duelo, mas acabou nocauteado, e encara pela terceira vez o veterano Dan Henderson.
No ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, Vitor tem só uma missão: provar que o tempo não está pedindo as contas e que, como prega, ainda tem muito para fazer dentro do octógono.
Dono de frases prontas para qualquer momento, não poderia se esperar nada diferente de Vitor que um discurso em que se diz renovado. Na prática, houve mudanças, sendo a principal sua saída da equipe Blackzilians, para formar um time próprio, com antigos e novos companheiros. Segundo ele, deu até para desenvolver novidades para guardar na cartola para a luta contra o “vovô” Hendo, de 45 anos.
“Não gosto nunca de ser o mesmo de ontem. Estou evoluindo a cada dia. Gosto de aprender e estar sempre evoluindo. Estou com novas ‘armas’ e pretendo usá-las nesta luta”, afirmou ele, mantendo um mistério sobre que tipo de armas vem desenvolvendo – e vale lembrar que na última vez que ele teve sucesso com algo do tipo, três nocautes com chute vieram em sequência (contra Michael Bisping, Luke Rockhold e o próprio Henderson).
Vitor teve bons anos de sucesso com a Blackzilians, mas estruturou um novo time e diz que isso o motivou. “Esse camp está muito bom, tudo fluindo bem e me cerquei de pessoas com quem já treinava e outros que chegaram agora, como o técnico de boxe Pedro Diaz, o carateca Vinicio Antony, Jayme Sandal (quem me ensinou o chute rodado com que nocauteei o Rockhold), Jordan Johnson, Cassiano Tytschyo… Tenho treinado intensamente todos os dias e estou muito feliz e motivado”.
Apesar da idade e de ter, nitidamente, precisado parar para pensar no seu futuro quando caiu diante de Weidman, o brasileiro vem falando como se tivesse longo futuro à frente. Chegou a sugerir ao UFC a criação de uma classe “masters”, só para veteranos, a partir de certa idade.
“Eu estou motivado e pronto para o combate, preparado para tudo: nocautear, finalizar, lutar cinco rounds… Gosto de lutar, essa é a minha paixão. Luto porque gosto, e não porque preciso. Enquanto me sentir motivado, continuarei.”
Polêmica do doping
Mesmo com tanto em jogo dentro do octógono, Vitor não fugiu de mais um tema obscuro que veio de fora dele. Recentemente, a revista Deadspin publicou um longo artigo em que mostrou documentos de um exame do brasileiro com níveis anormais de testosterona, durante seu uso do TRT. Feito em 2012, o exame aconteceu antes da luta contra Jon Jones e teria sido acobertado pelo UFC.
Vitor tem preferido o silêncio sobre o tema, mas disse não ter cometido nenhum deslize naquela ocasião.
“Primeiro, quero deixar bem claro que nunca fugi de pergunta nenhuma. Vocês da imprensa sabem muito bem que sempre respondi tudo o que me perguntaram. Minha vida sempre foi um livro aberto. Todos sabiam do meu tratamento (TRT), tiveram acesso a diversos exames meus pessoais e de comissões. Mas, sobre esse assunto, realmente não tenho nada para falar. O que sei, e todos sabem, é que sempre colaborei com UFC, todas as comissões, imprensa e fãs. Aceitei lutar com o Jon Jones faltando apenas três semanas para a luta, salvei um evento e quase o finalizei logo no inicio do primeiro round”, afirmou Belfort, que foi finalizado pelo então campeão dos meio-pesados.
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