Rio – A Escola de Samba Beija-Flor é a campeã do carnaval do Rio de Janeiro. Durante a apuração, realizada na tarde desta quarta-feira (14/2), a escola de Nilópolis alcançou 259,6 pontos e conquistou seu 14º título.
A agremiação falou de corrupção na avenida. Com o enredo “Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu”, a Beija-Flor fez um paralelo entre o Frankenstein, de Mary Shelley, personagem que está completando 200 anos, e os “monstros nacionais”: a corrupção, as agressões à natureza, o uso indevido de impostos, as disparidades sociais.
A escola apostou na teatralização. Um carro representando uma favela tinha traficantes “armados”, briga de casal e até uma mãe velando um filho policial morto. A chamada “farra dos guardanapos”, episódio do esquema criminoso do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), foi encenada.
Componentes vestidos de pastores evangélicos, católicos e muçulmanos se juntaram contra a intolerância religiosa. Pabllo Vittar foi destaque no carro anti-LGBTfobia.
No geral, a plateia comprou o discurso de indignação da escola de Nilópolis, na Baixada Fluminense, que encerrou sua passagem com a simulação de uma passeata popular, seguida pelo público saído de frisas e camarotes.
Em segundo lugar ficou a escola que mais gerou comentários nas redes sociais, a Paraíso do Tuiuti. Sob o enredo “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, a agremiação provocou polêmica ao retratar os manifestantes que pediram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff como fantoches e o presidente Michel Temer como um “vampiro neoliberalista”.
Completam o desfile das campeãs Salgueiro, Portela, Mangueira e Mocidade. Grande Rio e Império Serrano foram rebaixadas à série A.
A apuração das notas do Grupo Especial do Rio de Janeiro movimentou as redes sociais. Assim que a campeã foi conhecida, os seis assuntos mais comentados do Brasil no Twitter eram relacionados ao carnaval: #ApuraçãoRJ, Beija-Flor, Nilópolis, #TuiutiCampeãDoPovo, Mangueira e Mocidade.
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