Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso voltaram a bater boca, nesta quarta-feira (21), e a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, precisou suspender a sessão.
A confusão começou quando Gilmar criticou a decisão da 1ª Turma do Supremo sobre o aborto, que considerou que a prática não seria crime se feita até o terceiro mês da gestação. Barroso era o relator do caso.
O tema, no entanto, não estava sequer na pauta de hoje, que contava com a discussão de um processo sobre doações eleitorais.
“É preciso que a gente denuncie esse tipo de manobra, porque não se pode fazer isso com o Supremo Tribunal Federal. Ah, agora eu vou dar uma de esperto e vou conseguir a decisão do aborto, de preferência na turma, com três ministros e a gente faz um dois a um”, disse Gilmar.
Ao que Barroso retrucou: “Me deixe de fora desse seu mau sentimento. Você é uma pessoa horrível. Uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia. Isso não tem nada a ver com o que está sendo julgado”. E prosseguiu: “É um absurdo vossa excelência aqui fazer um comício, cheio de ofensas, grosserias. Vossa excelência não consegue articular um argumento, fica procurando. Já ofendeu a presidente [Cármen Lúcia], já ofendeu o ministro Fux, agora chegou a mim. A vida pra vossa excelência é ofender as pessoas. Não tem nenhuma ideia, nenhuma ideia, nenhuma. Vossa excelência nos envergonha, vossa excelência é uma desonra para todos nós. Vossa excelência sozinho desmoraliza o tribunal”, concluiu Barroso.
Gilmar quis responder, mas Cármen Lúcia suspendeu a sessão. Mesmo assim, ainda foi possível ouvir Gilmar se dirigindo a Barroso. “Eu vou recomendar ao ministro Barroso que feche seu escritório de advocacia”, atacou.
Durante o intervalo e irritado, Barroso foi cercado por Marco Aurélio, Fachin, Lewandowski, Celso de Mello e Alexandre de Moraes, ainda no plenário. Momentos depois, eles passaram a dar risadas, enquanto Gilmar já havia deixado o local.
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