Bairro da Praça 14 de Janeiro, comemora  neste domingo, 133 anos

Bairro da Praça 14 de Janeiro, comemora  neste domingo, 133 anos

Manaus, AM – Um dos mais tradicionais, católico  e festeiros Barrios de Manaus, onde o profano vive em harmonia com a fé, a Praça 14 de Janeiro, está comemorando neste domingo, 14 de janeiro, 133 anos de fundação, com uma bela e animada  história.

O bairro, tem  suas origens na data de uma revolução popular, deflagrada em 14 de janeiro de 1892, contra o governo de Gregório Thaumaturgo de Azevedo.

A insatisfação da população de Manaus foi motivada na época pelo atraso nos pagamentos do funcionalismo, fornecedores e pela falta de assistência social aos habitantes.

Santuário de Fátima

O movimento para a derrubada do governo foi liderado por Almino Álvares Afonso, Leonardo Malcher e Lima Bacuri. A instabilidade social ficou insustentável e milhares de pessoas foram às ruas do centro da cidade, numa imensa manifestação popular em direção ao antigo Palácio do Governo, na Praça D. Pedro II exigindo a renúncia de Gregório de Azevedo.

“Eu sou o samba, eu moro aqui n Praça 14 de Janeiro pra alegrar os corações do povo,num bairro onde a fé caminha de mãos dadas com o profano, gerando a felicidade dos moradores e visitantes do bairro, onde o samba se mistura com a oração|”

Movimento vitorioso

O movimento saiu vitorioso terminou em 27 de fevereiro do mesmo ano com a renúncia de Gregório e a conseqüente nomeação de Eduardo Ribeiro para governar a Província do Amazonas, cuja gestão marcou a cidade de Manaus pelo desenvolvimento implementado  por ele.

Na ocasião, o soldado João Fernandes Pimenta, do Esquadrão de Cavalaria do Batalhão da Polícia de Segurança do Estado, foi morto com um tiro no peito. Com o assassinato do soldado, a localidade muda seu nome, batizada inicialmente de Praça da Conciliação e passa a se chamar Praça Fernandes Pimenta.

Quadra da E.S. Vitória Régia

No mesmo ano de 1892, portanto, o bairro foi oficialmente batizado de Praça 14 de Janeiro, em referência à manifestação popular contra o governo estadual.

Antes de adotar o nome definitivo, entretanto, na década de 1940, a colônia portuguesa solicitou à Câmara Municipal de Manaus a troca do nome do lugar para Praça Portugal, mas a solicitação não foi aceita pelos vereadores a pedido dos habitantes da comunidade.

Primeira missa

No início de sua ocupação, o bairro da Praça 14, por muito tempo, não tinha uma igreja para atender a necessidade de seus fiéis. A igreja mais próxima que servia de encontro da comunidade era a igreja de São Sebastião,  próximo ao Teatro Amazonas, no centro.

No dia 13 de maio de 1939 foi realizada a primeira missa em comemoração a fundação do bairro no Santuário de Fátima, pelo bispo diocesano Dom Basílio Pereira. Na época, o comerciante Antônio Caixeiro decidiu doar um terreno para a construção da igreja feita em madeira até o ano de 1960, atualmente o local funciona como a casa paroquial.

A Vitória Régia, no Sambódromo

Tendo como padroeira Nossa Senhora de Fátima, a comunidade mantém a mais de 100 anos a festa tradicional de São Benedito quando é realizada. A Praça do Santuário de Fátima foi palco para realização de missa campal em 1939.

Agremiações de samba

Em 1947, a Praça 14 de Janeiro ganhou sua primeira agremiação de samba batizada de Escola Mista, desfilando no mesmo ano na avenida Eduardo Ribeiro. Neste ano, consagrou-se campeã.

Após 13 anos sob o comando de Fernando Medeiros e Edmilson Alves da Costa, a agremiação é batizada de Grêmio Recreativo Escola de Samba Vitória Régia com fundação em 1º de dezembro de 1975.

Nesta nova fase, teve como fundadores Raimunda Dolores Gonçalves, Roberto Cambota, Médici de Medeiros, já falecido, e Darcy Sérgio de Souza, seguindo o mesmo caminho percorrido pela escola Mixta na época de Benedito Brucutu, Eunice Medeiros, Edelmiro da Costa e Raimundo Soeira.

Depois de completar “bodas de pérola”, a escola não esquece de prestar homenagens as figuras ilustres do início de sua fundação como Tia Lindoca, Nelson Medeiros, Samba Rica, Clovis Rodrigues, Domingos Leite entre outros. Nesta fase, o primeiro presidente da escola foi Nuno Cunha que também foi o responsável pela introdução dos primeiros instrumentos da agremiação.

Como Vitória Régia, o primeiro desfile aconteceu em 1976, na avenida Eduardo Ribeiro, onde ocorreram os desfiles até 1985, passando em seguida a acontecer na avenida Djalma Batista.

A partir de 1992, a escola brilhou no Sambódromo. A escola, conhecida do grande público como a verde e rosa, leva para à passarela do samba, todos os anos, temas diversificados como A Lenda Mística da Vitória Régia, Lendas e Mitos da Amazônia, Reunião do Candomblé e Jardim Encantado.

Quilombo urbano

Quilombo urbano

É no bairro  da Praça 14 de Janeiro, que se encontra o  segundo quilombo urbano do Brasil a receber a certidão de autodefinição fornecida pela Fundação Cultura Palmares – o Quilombo do Barranco de São Benedito – agora também é Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas.

O descerramento da placa comemorativa ocorreu na manhã desta sexta-feira (20), no vilarejo, localizado na rua Japurá, bairro Praça 14 de Janeiro, na Zona Sul de Manaus.

A ação, em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado hoje, faz parte de um Projeto de Lei de autoria do presidente da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), deputado estadual Bosco Saraiva (PSDB).

A iniciativa, segundo ele, é para preservar as tradições culturais e a história por parte das gerações que sucederam os descendentes de escravos maranhenses.

Para a pensionista Edna Lago Rodrigues, 78, conhecida por todos como vovô Guguta, umas das mais antigas moradoras do Quilombo do Barranco de São Benedito, o momento foi de muita comemoração. “Nasci, me criei, casei e fiquei viúva aqui. Minha mãe era maranhense e meu pai cearense. Para mim é um prazer e uma felicidade imensa viver esse momento”, afirmou.

O vice-presidente do Movimento Orgulho Negro do Estado do Amazonas (Amonam), Cassius da Silva Fonseca, destacou a importância do evento e disse que é um momento histórico.

“Essa história não é nossa, nós estamos dando apenas uma continuidade. Ela começou há 125 anos quando nossos tataravôs chegaram nesse Estado vindo do Maranhão”, relatou.

Além da solenidade, há uma programação extensa no Quilombo do Barranco de São Benedito. A festa, que começou às 12h, segue até as 0h desta sexta-feira, com muito samba e pagode. Qualquer pessoa pode prestigiar o evento que é em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra.

Autodefinição

A Fundação Cultura Palmares concedeu ao Quilombo do Barranco de São Benedito a certidão de autodefinição de quilombo urbano em 2014.

Ao todo, mora em torno de 25 famílias quilombolas no vilarejo, que tem 125 anos. São Benedito, protetor dos negros, é visto como um dos elementos responsáveis pela preservação da tradição dos fundadores da comunidade.

História preservada nos logradouros

Com uma superfície 104.33 hectares, a Praça 14 memoriza a história dos moradores mais antigos e dos logradouros que fazem parte de sua história.

Celebração católica

O bairro mantém diversificada atividade comercial, concentrando grande número de lojas de autopeças e revendedoras de carros, atraídas pela proximidade do Centro da cidade e pelo número de clientes, sempre crescente que buscam as lojas do bairro para fazerem suas compras, com muitss loas de autopeças.

Outro pólo de atração de público para as ruas do bairro são as novenas realizadas todo dia 19 de cada mês, na igreja de São José, celebração que ocorre de manhã até a noite, com participação em média de 10 mil pessoas. Para atender as necessidades dessa multidão, inúmeras bancas de camelôs são armadas, nas quais se podem comprar de alimento a lembranças religiosas.

Serviços Públicos

Mesmo fazendo parte da área mais urbanizada de Manaus, em decorrência de seus 114 anos de existência, com serviços públicos variados, como agências bancárias, lojas lotéricas e diversificado comércio, a Praça 14 mantém algumas tradições, como as festas na comunidade negra do bairro e o costume dos moradores de buscar os serviços de rezadeiras, para cura de pequenas moléstias, e também das parteiras, que viram nascer boa parte dos filhos da comunidade.

Autodefinição

A Fundação Cultura Palmares concedeu ao Quilombo do Barranco de São Benedito a certidão de autodefinição de quilombo urbano em 2014.

Ao todo, mora em torno de 25 famílias quilombolas no vilarejo, que tem 125 anos. São Benedito, protetor dos negros, é visto como um dos elementos responsáveis pela preservação da tradição dos fundadores da comunidade.

Amazonianarde-Fonte-internet/JC

 

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