Petrobras reajusta a partir de hoje o preço da gasolina e do gás de botijão em mais de 7%

Em ambos os casos, são reajustes para as distribuidoras. Aumento na bomba pode ser de cerca de 3%, diz economista

A Petrobras vai reajustar o preço do gás de botijão e da gasolina em mais de 7% a partir deste sábado. Em ambos os casos, são reajustes para as distribuidoras, ou seja, o aumento do preço final para o consumidor será diferente.

Este ano, o preço da gasolina praticado pela Petrobras na refinaria já subiu 62%. No gás, o aumento alcança 48%.

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Os combustíveis têm sido um vilão da inflação. Nesta sexta, o IBGE informou que a alta de preços em setembro ficou em 1,16%, a maior para o mês em 27 anos.

Segundo o anúncio da Petrobras, a partir deste sábado o litro da gasolina vendido nas refinarias passará de R$ 2,78 p ara R$ 2,98, um reajuste de 7,19%.

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No gás, o preço médio de venda subirá 7,22%, para R$ 50,15 no botijão de 13 quilos. A estatal informou que o preço do gás se mantinha estável há 95 dias e o da gasolina, há 58 dias.

Segundo a Petrobras, “esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento”.

Guilherme Sousa, analista da Ativa Investimentos, avalia que como existem pressões crescentes vindas do câmbio e do preço do barril de petróleo, ainda há espaço para novo reajuste pela Petrobras no curto prazo. É que segue havendo uma defasagem na comparação com o mercado internacional. Essa alta poderia alcançar até 20% ou ficar em torno de 14%, a depender do modelo utilizado para fazer as projeções.

Esse reajuste de agora afetaria as bombas no fim de outubro, com impacto proporcional no IPCA deste mês e já integral a partir de novembro.

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No fim de setembro, a Petrobras já havia reajustado o diesel em 8,9%. Nos três casos, o preço final aos consumidores depende de tributos e de ganhos das distribuidoras.

André Braz, economista do Ibre/FGV, calcula que o aumento na bomba seja de aproximadamente 3%

Ele diz que, no geral, quando sobe um custo de um item essencial usado pelas famílias, isso vai minando gastos em outras frentes, o que já vem ocorrendo em consequência à alta da inflação.

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Braz destaca que esse reajuste já era esperado, considerando o aumento do diesel anunciado na semana passada.

— Aumento do diesel, embora não apareça tanto no IPCA, é ainda mais vilão do que o da gasolina, porque tem um peso grande em transportes rodoviários e coletivos nos grandes centros. Mas a alta da gasolina e do GLP deve acrescentar 0.20 ponto percentual à inflação de outubro — estima ele

Os reajustes nos combustíveis refletem a recente alta do dólar no Brasil e do petróleo no mercado internacional. Esta semana, a cotação do barril alcançou seu maior patamar nos últimos três anos, em meio a um aumento da demanda global e após a decisão dos grandes exportadores de petróleo de não ampliarem sua produção.

O dólar, por sua vez, fechou acima de R$ 5,50 na última quinta-feira.

No último domingo, em entrevista exclusiva ao GLOBO, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, que tem sido alvo de críticas pelos preços praticados pela Petrobras, afirmou que represar reajuste poderia levar a um desabastecimento do mercado interno.

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