Arlindo Chinaglia lança candidatura à Presidência da Câmara

10-01prescamaraRio – “Temos aqui seis partidos políticos representados”, informou o deputado federal Alessandro Molon no almoço de lançamento da candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara dos Deputados.

As lideranças partidárias associadas à esquerda estiveram presentes para prestar apoio ao parlamentar do PT e, após um atraso de cerca de duas horas, Chinaglia, que estava fazendo campanha também no Espírito Santo, foi recebido no restaurante La Fiorentina, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A disputa envolve também o deputado Eduardo Cunha, do PMDB fluminense. “Com sua candidatura teremos uma Câmara totalmente independente”, disse Molon.

Em seu discurso na abertura do evento a deputada federal pelo PCdoB Jandira Feghali defendeu a candidatura do deputado do PT e disse que “o Parlamento brasileiro não pode estar vinculado a interesses que não sejam republicanos”. A tônica de todos os discursos foi a independência do Congresso.

“Nós entendemos que hoje o Brasil enfrenta uma crise econômica muito grave e entendemos que deve haver um diálogo, mas a Câmara deve ser independente”, afirmou a deputada estadual pelo PR Clarissa Garotinho.

Arlindo Chinaglia afirmou no seu pronunciamento: “Faz muito tempo que estou sendo chamado de ‘aquele que será submisso ao governo’. Nós nunca fizemos favor, só cumprimos a lei”. E continuou: “Eu não vejo o presidente da Câmara como alguém que irá fazer julgamentos após julgamentos para imprimir a sua vontade”. Ele ainda afirmou que o seu referencial é o povo brasileiro, não outros partidos e instâncias de poder. “Ninguém pode sequer imaginar substituir o povo. Nós temos que dar conta das dificuldades e dos dramas da população brasileira”, afirmou o candidato.

Arlindo Chinaglia defendeu a necessidade de uma agenda política definida caso assuma a presidência da Câmara. Para ele “não há independência sem agenda”. Em meio ao seu discurso, Chinaglia contou a história de um acontecimento pessoal. “Um filho de um conhecido me pediu para perguntar uma coisa.

Pode haver deputado preso e recebendo seu salário?”. O deputado utilizou esse caso real para expressar sua opinião de que é necessário “cuidar da própria imagem”. “O eleitor exige exemplo de quem o representa”, afirmou.

Logo depois, em entrevista coletiva, o deputado disse acreditar na existência de um segundo turno nas eleições no dia 2 de fevereiro. “Existiu toda uma discussão de “O PT não pode” o que é uma tentativa de tentar atrair toda a oposição para derrotar o representante do governo, que seria eu”. No entanto, o candidato destaca a candidatura do deputado Julio Delgado, com apoio de partidos como PSDB, PSB e PPS. “É uma eleição em aberto”, afirmou.

Chinaglia deixou claro que não está disposto a comentar as declarações do seu opositor Eduardo Cunha. “Estou evitando ao máximo, porque ele jogou uma dúvida para cima da campanha do Julio e para cima da minha campanha, então não quero entrar nesse nível”, declarou.

Uma das plataformas de campanha de Eduardo Cunha é a abertura de uma terceira CPI da Petrobras. O deputado Chinaglia respondeu que “para se abrir uma CPI é necessário um fato determinado”, e concluiu que “toda a investigação resultou na delação premiada e que quando alguém coloca na sua lista um nome ou um fato eu não minimizo. Se estiver errado, o delator perde a sua vantagem. Precisamos saber qual foi o fato determinado e saber até onde foi a investigação da Polícia Federal”, mas informou que caso mais para o futuro haja informações concretas vindas da PF, não há como negar a CPI: “é lei”. Ele ainda frisou que não se pode tratar a comissão parlamentar de inquérito como duelo.

No almoço de adesão era esperada a presença do deputado do Psol Jean Wyllys. No entanto, devido a um compromisso o parlamentar não compareceu. Uma questão envolvendo o apoio de Wyllys, que pode levar a uma possível candidatura do deputado Chico Alencar, Chinaglia disse que não sabia da expectativa. “Eu vou buscar apoio de todos os partidos sem exceção”, afirmou.

Durante a conversa com o candidato, os deputados Molon (PT-RJ), Clarissa Garotinho (PR-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) informaram sobre a expectativa da eleição de Chinaglia. “Podemos afirmar com certeza que temos praticamente 50% dos votos do Rio”, afirmaram. “São 46 deputados do Rio de Janeiro.

Se tirar a possível candidatura do Bolsonaro (PP-RJ), caso o Chico Alencar (Psol-RJ) se candidate são menos três votos. Tem o Glauber Braga (PSB-RJ) e Otávio Leite (PSDB-RJ) que votam com o Julio. São menos seis votos, sobram 40. Nós já temos 17, sem contar com o PRB, que ainda está sendo conversado – e são dois votos”, afirmaram.

Estavam presentes no almoço o presidente regional do PRB, Eduardo Lopes, Sóstenes Cavalcante, do PSB, Hugo Leal, do PROS, João Batista, presidente do PCdoB, o ex-candidato a governador do Rio, Anthony Garotinho, Benedita da Silva, Fabiano Horta e Chico D’angelo, todos do PT, além de Alessandro Molon (PT), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR-RJ).

(Do Programa de Estágio do JB)

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