Bahamas – Desde 2011, a seleção brasileira de futebol de areia não sentia o gosto de estar em uma final da Copa do Mundo. O retorno não poderia ter sido melhor. Após passar nas quartas de final pelos portugueses, atuais campeões, o Brasil goleou a Itália por 8 a 4, neste sábado, nas Bahamas. Jogadas plásticas dignas de futebol arte, jogo coletivo e rodígio de jogadores, marcação cerrada, bicicletas e muito talento individual foram alguns dos ingredientes da vitória verde e amarela. Mauricinho (3), Lucão, Bokinha, Rodrigo, Catarino e Mão marcaram os gols do time comandado por Gilberto Costa, enquanto Marrucci, Ramacciotti, Gori e Corosiniti descontaram para os europeus.
A seleção brasileira volta à quadra neste domingo para buscar o pentacampeonato mundial diante do Taiti, às 17h30, pelo horário de Brasília, com transmissão ao vivo do SporTV. Na preliminar, Itália e Irã brigam pela medalha de bronze nas areias de Nassau.
– Fizemos um grande jogo, acho que foi a nossa melhor atuação até agora na competição. Tínhamos um adversário duríssimo pela frente, um clássico, uma partida cheia de rivalidade, e nosso jogo coletivo, nossa concentração e tranquilidade foram fundamentais. Estou muito feliz por estarmos vivendo isso, por estarmos na final, onde todo jogador sonha estar. Vamos com tudo. É jogo mais importante das nossas vidas! – afirmou o atacante Mauricinho, artilheiro da partida.
Domínio e futebol arte
Quem é rei nunca perde a majestade. E o Brasil tratou de provar isto aos italianos logo no início da partida. Aos 2m21s, brilhou a estrela de Mauricinho. Cria do Vasco, o carioca do Morro dos Cabritos marcou um golaço de bicicleta para abrir o placar. A resposta veio na saída de bola. Marrucci entrou em quadra e soltou uma bomba para empatar, se aproveitando de uma falha de comunicação entre Mão e Catarino.
A 2m39s para o fim do primeiro período, Rodrigo, a revelação do ano, emendou o cruzamento de Mão com um chute no cantinho esquerdo para ampliar. Mais uma vez, a resposta veio na saída de bola, com uma cabeçada de Ramacciotti: 2 a 2. Lucão mandou duas bombas e Rodrigo também teve outra chance, no entanto, Del Mestre afastou o perigo.
O Brasil precisou de poucos segundos para virar o placar no segundo período. Após uma jogada inteligente de Datinha e um passe açucarado, Catarino emendou com um chute cruzado para fazer o terceiro do Brasil: 3 a 2. O time passou a controlar melhor a partida e apostou nas habilidades dos jogadores e na forte marcação para anular os adversários.
Os italianos esboçaram uma reação, mas Mauricinho jogou um balde de água fria ao driblar todo mundo pelo caminho até marcar mais um. Mesmo com a folga no placar, a seleção não esmoreceu e seguiu dando show. Outro golaço de bicicleta levantou a torcida, desta vez, de Lucão, craque do Botafogo, que homenageou a filha Lara.
Datinha pressionou um jogador italiano, tocou para Bruno Xavier, que deu o passe na medida para Mauricinho fazer mais um, enterrando a moral dos europeus com uma bomba indefensável: 6 a 2.
A vitória já estava sacramentada, quando até mesmo o goleiro Mão deixou a sua marca. No último minuto, o capixaba levou a melhor em uma dividida, driblou o adversário, chutou e contou com a ajuda do “montinho artilheiro” para anotar o seu 17º gol pela amarelinha: 7 a 2.
O treinador italiano não sabia mais o que fazer para tirar o prejuízo de um time que veio confiante e embalado pela goleada por 5 a 1 sobre Senegal, mas nada parecia adiantar. O sistema defensivo do Brasil, no entanto, abriu espaço para uma reação. Gori e o capitão Corosiniti aproveitaram a falta de atenção para marcar dois gols para os europeus, diminuindo para 7 a 4. Bokinha ampliou depois de desviar outra bela bicicleta de Rodrigo, freando os italianos, a oito minutos para o término. Mão deu lugar a Rafael Padilha, e a torcida começou a gritar “olé” nos minutos finais.
Os italianos estavam perdidos, e o Brasil foi só mantendo o dompinio de bola até o estouro do cronômetro. Na preliminar, o Taiti derrotou o Irã nos pênaltis, por 3 a 2, após o empate por 1 a 1 no tempo regulamentar.
Esta será a sexta final da seleção brasileira em nove edições na história da Copa do Mundo FIFA. Tetracampeão invicto (2009/2008/2007/2006), o Brasil foi ainda vice em 2011, perdendo uma amarga final para a Rússia. Sobre o Taiti, Gilberto Costa exalta a qualidade ofensiva dos rivais e destaca como um todo a força do time, que chega à decisão pela segunda vez consecutiva.
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