Aos 79 anos, universitário, Martinho da Vila comemora: “Tenho colegas de 20 anos”

O universitário Martinho da Vila, afirma que tem colegas de apenas 20 anos

Rio – Em seu primeiro disco, em 1969, Martinho da Vila já cantava a dificuldade de se formar por uma faculdade particular. “Livros tão caros / Tanta taxa prá pagar / Meu dinheiro muito raro / Alguém teve que emprestar”, dizia em “O Pequeno Burguês”.

Mas só agora, aos 79 anos, o cantor e compositor pode falar como um universitário. Ele é aluno do 5° período do curso de Relações Internacionais. na Estácio de Sá, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Embora seu ingresso na graduação não seja uma novidade, apenas nesta sexta-feira (10), com o vazamento de uma foto sua atento em sala de aula, que a notícia viralizou. O decano do samba sequer imagina quem poderia ter feito flagrante, mas garante o bom convívio com os alunos mais jovens. “Tenho colegas de 20, de 18 anos”, ele ri. “É muito interessante. Mas não tem nada de inusitado.”

Autor de 14 livros, entre romances, contos infantis e histórias do samba, o cantor escolheu o curso de Relações Internacionais pelo seu trabalho como embaixador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLT).

“Queria entender um pouco mais das relações internacionais em termos históricos, na teoria. Na prática, todo mundo consegue fazer, de boa. Mas é para adquirir conhecimento. Sou um aluno especial desde 2015”, contou ao UOL.

Ou seja, Martinho é um estudante sem vínculo com o curso, mas que busca aprimoramento profissional. Sendo assim, ele cumpre a carga horária estabelecida, faz trabalhos em grupo, mas não precisa prestar prova. “Estudo as matérias que me convêm”, conta.

O ingresso à faculdade também lhe trouxe outras alegrias. “Muitas pessoas que eu conheço que tinham vontade, mas não tinham coragem por que estavam na casa dos 50 e poucos, prestaram vestibular e entraram”, observa. “Acabou que isso [a entrada no curso] teve outra função.”

Com aulas pela manhã, ele conta que precisou abandonar o hábito de dormir tarde e só acordar pela hora do almoço. “Durmo mais cedo, acordo e entro em outro ambiente, completamente diferente. Quando eu volto já está na hora do almoço e só à tarde que eu entro na rotina normal”, diz, satisfeito.

Diferente do personagem da canção de 1969, inspirado em um colega, que voltava da faculdade à meia-noite para a casa “sempre a me esperar um punhado de problemas e criança pra criar”, Martinho é pura tranquilidade. “É bom, tenho a tarde inteira para trabalhar”.

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