Rio – CBF confirma Rogerio Caboclo novo presidente da entidade em eleição realizada nesta terça-feira (17/4). Apadrinhado por Marco Polo Del Nero, afastado do futebol por corrupção por decisão da Fifa, Cabloco era candidato único. Recebeu votos das 27 federações, de 17 dos 20 clubes da Série A e dos 20 clubes da Série B do Brasileirão. Quase a unanimidade. Corinthians, Flamengo e Atlético-PR não referendaram o novo presidente e temem retaliação.
“Começo a agradecendo aqueles que confiaram em mim, reconheceram meu trabalho e respeitam minha trajetória. Contar com apoio quase unânime dos clubes e unânime das federações estaduais muito me orgulha e me encoraja. Estamos plenamente comprometidos com quem nos apoiou. É isso que quero estabelecer com federações, clubes, diretoria e funcionários. Um compromisso, um pacto, uma obrigação. Entendam meu ‘muito obrigado’ como um ‘estaremos cada vez mais juntos’”, disse Rogerio Caboclo no seu primeiro discurso após as eleições.
Essa declaração do presidente eleito “estamos plenamente comprometidos com quem nos apoiou” é que chamou atenção de dirigentes de Corinthians, Flamengo e Atlético-PR, dissidentes da pajelança na CBF nesta terça-feira.
Corinthians votou em branco, Flamengo se absteve e o Atlético-PR não enviou representante.
Cabloco recebeu 135 votos do colégio eleitoral com 141 possíveis – 27 federações estaduais com peso 3 cada uma (81 votos), 20 clubes da Série A com peso dois cada um (40 votos) e 20 clubes da Série B com peso 1 (20 votos). O seu mandato é de quatro anos – de abril de 2019 e abril de 2023.
Promessas do novo presidente
“Nossa gestão será marcada por dois pilares: eficiência e integridade. Acredito em processos e sou cumpridor de regras. Ser eleito presidente da CBF é uma honra e garanto que vou dialogar com todos e aplicar soluções com eficiência”.
“Acumulei experiências que me deixaram preparado para assumir a presidência da CBF. Fui advogado e administrador de empresas. Também exerci funções relevantes a serviço de clube, confederações e garanto que desafios não me assustam.
A CBF mudou de patamar e se tornou uma grande empresa privada. A atual gestão investiu no futebol nacional. Só no ano passado, foram 400 milhões de reais aplicados no futebol destinado a áreas como seleções, competições e arbitragem. Transferências e licenciamento de clubes”.
Rogério Langanhe Caboclo, 45 anos, surge no futebol como diretor financeiro da Federação Paulista de Futebol no início dos anos 2000, na época a entidade era presidida por Marco Polo Del Nero. Chega na CBF em 2014 como diretor financeiro até assumir o cargo de diretor executivo.
Sua trajetória no futebol é bem parecida com a de Ricardo Teixeira. Desconhecido do mundo do futebol, Teixeira se elegeu presidente da CBF em 1989 apadrinhado por seu sogro João Havelange, então presidente da Fifa e que havia comandado a CBF entre 1957 a 1974. Teixeira ficou de 1989 a 2012 no comando da CBF até se afastar após ser denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Empurrão de Del Nero
Cabloco chega ao topo do poder do futebol brasileiro pelas mãos de Del Nero, afastado temporariamente do futebol por ordem da Fifa, também denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro
Novo presidente da CBF terá a companhia de oito vice-presidentes: Fernando Sarney (Maranhão), Gustavo Feijó (Alagoas), Marcus Vicente (Espírito Santo), Antonio Carlos Nunes (Pará), que já estavam nessa posição na entidade, e terão a companhia dos eleitos Francisco Noveletto (Rio Grande do Sul), Ednaldo Rodrigues (Bahia), Castellar Guimarães (Minas Gerais) e Antonio Aquino Lopes (Acre).
Na diretoria, Rogerio Caboclo terá políticos em cargos de relevância: Walter Feldman (secretário-geral), os deputados Vicente Cândido (relações internacionais), Marcelo Aro (relações institucionais) e Gustavo Perrella (diretor de desenvolvimento).
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