Manaus – Iniciativa apoiada pelo Banco Mundial junto ao Governo do Amazonas comemora a redução da pesca ilegal e garante o retorno do crescimento das populações do pirarucu e de outras espécies no Alto Solimões.
A pesca sustentável ajuda 1,5 mil famílias indígenas a vencer a pobreza. As informações são da Organização das Nações Unidas (ONU).
As comunidades recebem aulas de educação ambiental e, uma vez capacitadas, podem começar a monitorar os lagos do Alto Solimões. Elas se revezam e, via rádio, denunciam qualquer atividade de pesca ilegal. O projeto também possibilitou às associações de pescadores comprar pequenos tratores, reduzindo o tempo de transporte da mercadoria. Antes, os trabalhadores tinham de carregar os pirarucus nas costas floresta adentro.
Além disso, todo mês de agosto, as comunidades fazem a contagem do pirarucu. O peixe vai à superfície a cada 20 minutos para respirar – e, quando faz isso, solta um som muito particular. Os pescadores mais experientes analisam esses sinais e, com eles, calculam a população. Os números são passados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que estabelece o limite de pesca para cada temporada.
Depois de pescar, as famílias colocam um lacre do Ibama nos peixes (para garantir que eles foram pegos legalmente) antes de mandá-los aos mercados locais. “Agora, algumas famílias tiram até R$ 1 mil por mês”, explica o subcoordenador do projeto no Governo do Amazonas, Geraldo Araújo.
Os pescadores agora têm um novo objetivo: ganhar mais acesso a refrigeradores, tanto nos tratores quanto nos barcos de pesca. As equipes do Banco Mundial e do Governo do Amazonas atualmente analisam como ajudar a preencher essa lacuna – seja com o próprio projeto, seja em uma iniciativa à parte.
Manejo do pirarucu
O pirarucu é um animal em extinção, portanto o defeso é permanente: é crime pescá-lo e vendê-lo, salvo se vir de área de manejo, devidamente autorizado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).
Atualmente, a captura e comercialização é permitida somente em caso de piscicultura devidamente autorizada e de áreas de manejo. Nas áreas de manejo estas devem estar em Unidades de Conservação ou com acordos de pesca legalmente reconhecidos através de projetos específicos.
Com informações da ONU