A repercussão entre políticos dos protestos contra o governo Dilma

A presidente Dilma continua sem crédito com a população
A presidente Dilma continua sem crédito com a população
A presidente Dilma continua sem crédito com a população

Brasil – Os protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff em 205 cidades em todos os estados e no Distrito Federal neste domingo (16) repercutiram no meio político. Para o governo, as manifestações ocorreram “dentro da normalidade democrática” mas é preciso “quebrar o clima de pessimismo” que existe no país. Já a oposição afirma que o país “despertou” e que o governo Dilma perdeu a credibilidade.

As manifestações levaram mais pessoas às ruas do que as de 12 abril, mas menos do que as de 15 março, segundo a polícia e os organizadores. A PM estimou em 879 mil o total de manifestantes deste domingo. Em abril, foram 701 mil e em março, 2,4 milhões. Considerando os números dos organizadores, participaram 2 milhões neste domingo, 1,5 milhão em abril e 3 milhões em março.

Veja abaixo o que se disse sobre as manifestações no meio político:

Aécio Neves (PSDB-MG), senador “O Brasil despertou. É o povo na rua que vai permitir a superação da crise. Não é este governo, que não tem mais autoridade, nem credibilidade”.

Aloysio Nunes (PSDB-SP), senador “A força desse movimento que saiu às ruas no Brasil reside exatamente nesse seu caráter apartidário, nesse seu caráter, digamos assim, espontâneo, que constituiu a ponta de lança, constituiu a face mais visível de um imenso descontentamento da opinião pública contra o atual Governo, especialmente a revolta do povo brasileiro contra a corrupção, os valores astronômicos que são revelados  a cada novo desdobramento da operação Lava Jato”

Álvaro Dias (PSDB-PR), senador “Tentar minimizar o impacto dessa manifestação é enfrentar a realidade e o bom senso […] A manifestação de ontem obteve unidade, apresentou foco com nitidez. A população diz o que deseja. E a palavra que sintetiza, a aspiração maior da sociedade brasileira, é a palavra mudança”

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), senador “É um equívoco muito grande de quem tenta mensurar esse sentimento pela quantidade de pessoas nas ruas. Se foi maior ou menor do que março, isso é irrelevante, não tem expressão nenhuma, porque se você esquecer o que aconteceu em março e olhar de forma atenta o que foi visto ontem, é grandioso o que foi visto ontem […] Ou seja, só aquele que não quer compreender a realidade do Brasil não entenderá esse sentimento da nação brasileira como um desejo firme de mudança.”

Cristovam Buarque (PDT-DF), senador “Ela [a manifestação] foi firme na mensagem. É a primeira vez que a gente vê, com clareza, a mensagem de impeachment predominando sobre todas as outras. O impeachment na palavra, em bandeiras imensas, ou impeachment sob a forma de ‘Fora Dilma’, ‘Fora PT.'”

Edinho Silva, ministro da Comunicação Social da Presidência “O mais importante para o governo é que possamos quebrar o clima de pessimismo que existe no país. Medidas estão sendo tomadas para que isso seja superado em breve. Cabe, nesse momento, acreditar na força e no potencial do país. Temos de ter otimismo em relação ao que o país está fazendo. Em breve, o Brasil voltará a crescer”

O protesto de ontem ocorreu em todos os estados
O protesto de ontem ocorreu em todos os estados

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara “Eu acho que ocorreu de acordo com a democracia, manifestações ordeiras, manifestações pacíficas. Qualquer brasileiro tem que sempre aplaudir as manifestações dessa natureza. A gente louva a democracia e louva as manifestações feitas da forma como foram feitas.”

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República “O mais significativo das demonstrações, como as de ontem, é a persistência do sentimento popular de que o governo, embora legal, é ilegítimo. […] A presidente, mesmo que pessoalmente possa se salvaguardar, sofre contaminação dos malfeitos de seu patrono e vai perdendo condições de governar. A esta altura, os conchavos de cúpula só aumentam a reação popular negativa e não devolvem legitimidade ao governo, isto é, a aceitação de seu direito de mandar, de conduzir. Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lavajato.”

José Guimarães (PT-CE), deputado e líder do governo na Câmara “Este espírito de intolerância é manipulado em parte pela oposição, que semeia o ódio, um antídoto da democracia, forjada e construída nas lutas pelas Diretas Já e contra o regime militar. […] O PSDB convocou os atos [deste domingo] e houve propaganda partidária para isso. […] Portanto, parte do movimento, evidentemente, assumiu uma conotação ideológica muito forte. Assim fica difícil a presidenta dialogar.”

Leonardo Picciani (PMDB-RJ), deputado e líder do PMDB na Câmara “Na democracia, é saudável que as pessoas se manifestem quando assim desejarem. Foi um protesto com foco contrário ao PT e ao governo, no entanto, impeachment é algo que necessita, além dos fundamentos políticos, de fundamento legal. Ou seja, o cometimento de crime pela presidente da República no exercício do mandato e esta premissa não está alcançada. Portanto, acho saudável a manifestação que demonstra a insatisfação e obriga ao governo se movimentar na solução dos problemas do país, mas não apoio à temática do impeachment.”

Paulo Paim (PT-RS), senador “É natural que a sociedade cobre uma posição Congresso. A sociedade brasileira manda milhares de correspondências, de emails, para aqui: ‘e dai? O que vocês afinal estão fazendo?’. É so ver o movimento das ruas, inclusive de ontem, como exemplo. Eu não sou daqueles que diz ‘não, foi menor que o outro’. Pra mim, não importa. Eu vi milhares e milhares de pessoas nas ruas protestando contra o executivo e contra o congresso. Um dos motivos da pressão legítima da sociedade sobre o congresso é que nós temos que legislar sobre temas fundamentais e é inegável que este tema (da boate kiss) é um tema que é muito caro a toda a sociedade brasileira.”

Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado “Eu acho que não é hora de falar de manifestações. É fundamentalmente hora de ouvir. Ouvir as ruas, recolher seus sentimentos e agir, como fizemos em 2013 […] Esse é um exercício da democracia que nós precisamos garantir. Todos. Não dá para você responder na expectativa da cobrança que existe em todos os setores da sociedade. Mas o fundamental não é fazer movimentos políticos, é recolher sentimentos das ruas e apresentar caminhos, que foi o que fizemos na semana.”

Roberto Freire (SP), presidente do PPS “Essa manifestação foi uma vitória e ajuda as forças democráticas do país. Mostra que a sociedade não vai aceitar um acordão palaciano e entre os poderes da República. A indignação é generalizada, mas o clima foi de alegria, com muitas crianças na rua. Mas quando gritam fora Dilma, fora Lula, fora PT fica evidenciada a indignação com a corrupção e a incompetência do governo.”

Sibá Machado (PT-AC), líder do PT na Câmara “A forma como esse protesto ocorreu foi bem menor do que foi pensado. A manifestação se limitou a uma convocatória dos tucanos e atendeu a uma pauta dos tucanos. O assunto fica mais claro agora que a partidarização tomou conta. Houve uma pauta induzida. Um movimento espontâneo está longe de ter uma mobilização material como ocorreu, com trio elétrico, camiseta. É um movimento pelo golpe.”

Amazonianarede-Sistema Globo

 

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