Manaus, AM – Milhares de pessoas foram as ruas ontem, no feriado da independência do Brasil, em Manaus, para mais uma edição do Grito dos Excluídos, realizado por Movimentos sociais e a Igreja Católica, através a e a Cáritas
O grupo saiu da frente do prédio da Santa Casa de Misericórdia – fechado há mais de dez anos, no Centro, em direção à praça do São Raimundo, onde ocorrerá uma celebração ecumênica.
A manifestação começou por volta das 16h. Segundo Orlando dos Santos, coordenador da Cáritas, cerca de 1,5 mil pessoas participaram do protesto. A Polícia Militar estimou 600 participantes. O movimento foi pacífico.
“Nosso objetivo é gritar contra o sistema econômico que exclui e mata as minorias e o meio ambiente. É um movimento nacional. Diversos grupos sociais e movimentos populares estão com a gente”, disse Santos.
Nesta edição, o Grito dos Excluídos também teve manifestações contra o presidente Temer e apelo em defesa da democracia. Durante a caminhada, participantes exibiram cartazes e palavras de ordem como “Respeite a Democracia” e “Fora Temer”. Os participantes também cobraram melhorias no sistema de saúde e respeito aos direitos dos povos indígenas. Organizadores não tinham estimativas de quantas pessoas estavam ligadas ao ato contra o governo.
“Alguns protestos políticos ligados aos movimentos populares protestam contra o governo. A Cáritas não é contra protestos, pois isso não seria democracia”, destacou o coordenador da Cáritas.
Ferramenta
Keully Leal, estudante de jornalismo, dirigente da União da Juventude Socialista, defendeu as manifestações populares como ferramentas para promover a democracia. Ela também criticou o atual governo brasileiro. “Entendemos a importância da Juventude em participar deste movimento. Pedimos a saída do Temer pelos retrocessos na educação, segurança e direitos trabalhistas que sofremos com este governo”, disse.
“Aqui tem cerca de 20 movimentos populares pedindo a saída do presidente Michel temer. Os movimentos sociais estão se organizando e mobilizando onde houver espaço para pedirmos a saída deste governo antipopular que diminuiu os direitos trabalhistas e programas sociais. Lutamos durante muitos anos por esses direitos para vir uma pessoa que usurpou o poder para retirar todas as nossas conquistas”, disse a estudantes Bruna Brelaz, da frente popular que reúne movimentos sociais.
O trânsito em algumas vias precisou ser fechado para a caminhada dos manifestantes pelas vias Ferreira Pena, Eduardo Ribeiro, Ramos Ferreira, Wilkens de Matos até a Igreja de São Raimundo. Agentes do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito de Manaus (Manaustrans) foram acionados para controlar a passagem de veículos.
O Grito dos Excluídos é um conjunto de manifestações populares que ocorre no Brasil desde 1995, ao longo da semana da pátria. As manifestações têm o objetivo permanente de dar visibilidade aos excluídos da sociedade, denunciar os mecanismos sociais de exclusão e propor caminhos alternativos para uma sociedade mais inclusiva.
Amazonianarede-Rede Amaonica