Manacapuru, AM Cerca de 800 famílias rurais de Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus) beneficiadas com a entrega de sementes de malva em 2015, pelo Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) e Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), já iniciaram a colheita da safra 2016. Até o momento, mais de 900 toneladas da fibra foram comercializadas no próprio município, gerando melhores perspectivas para a atividade e para economia local.
Ao todo, foram distribuídas 22 toneladas de semente de malva cultivadas pelos agricultores em uma área de 1.100 hectares. Conforme dados do Idam (2016), a perspectiva de produção supera a margem de 1,6 mil quilos da fibra, somente em Manacapuru.
“A nossa produção é praticamente 100% referente à distribuição de semente, que foi bem germinada e não apresentou perdas na hora do plantio, e a cheia este ano também ajudou, principalmente, porque não veio com a mesma velocidade dos anos anteriores”, disse a diretora-presidente da Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru (Coomapem), Eliana Medeiro, ao acrescentar, que, apesar da produção ser pouca para a realidade do município, o crescimento da fibra vai garantir o aumento da produtividade.
Boas perspectivas
Para o agricultor Jailson Maurício, de 32 anos, da Ilha do Marrecão, Paraná do Supiá, em Manacapuru, esse apoio do Governo do Amazonas foi importante para a safra deste ano. “Tenho uma área de 3 hectares de cultivo de malva e a minha perspectiva de produção é de 7 toneladas, que vamos colher até o final de junho”.
“Considerando que Manacapuru é o maior produtor de fibras do Brasil, os agricultores acreditam no setor e no fortalecimento da economia, uma vez que, a exemplo do agricultor Jailson, que espera obter uma produção de 7 toneladas nesta safra, o seu rendimento anual deve alcançar um total de R$ 19.250 com a comercialização da fibra, correspondendo a uma renda mensal de R$1.604”, explica o extensionista do Idam, Zacarias Gondim.
Já o produtor Sebastião Vasconcelos, de 62 anos, da Vila do Jacaré, comunidade Nossa Senhora do Carmo, espera obter uma produção de 20 toneladas da fibra, e está otimista com o resultado da atividade. “A semente dessa safra germinou muito bem e se a próxima safra for tão boa como essa, os produtores daqui não terão problemas com o plantio. Continuo trabalhando com a fibra porque acredito nela e este ano, ainda tem muita fibra para ser colhida”, comemorou o produtor.
Atividade Sustentável
A malva é uma cultura que se adaptou muito bem à região amazônica e pode ser caracterizada como uma das atividades responsáveis pela permanência do homem no campo porque gera renda, é ambientalmente adequada e economicamente viável.
“É importante destacar que o cultivo da malva tem aspecto de agricultura orgânica, tendo em vista que durante o plantio não é utilizado nenhum tipo de agrotóxico e a atividade ainda proporciona um solo protegido e forrado com as palhas que ficam, ou seja, a atividade não traz prejuízos ao meio ambiente”, enfatizou o extensionista rural do Idam e doutor em agroecologia, Bosco Gordiano.
Amazonianarde-Secom